segunda-feira, outubro 08, 2012

Cientista que aceitou desafio de Darwin virá ao Brasil

Com a tese da complexidade irredutível defendida em seu livro A Caixa Preta de Darwin: o desafio da bioquímica à teoria da evolução, Behe aceitou o desafio de Darwin: “Se pudesse ser demonstrada a existência de qualquer órgão complexo que não poderia ter sido formado por numerosas, sucessivas e ligeiras modificações, minha teoria desmoronaria por completo.”[1] Behe define assim seu conceito de complexidade irredutível: “Com irredutivelmente complexo quero dizer um sistema único composto de várias partes compatíveis, que interagem entre si e que contribuem para sua função básica, caso em que a remoção de uma das partes faria com que o sistema deixasse de funcionar de forma eficiente. Um sistema irredutivelmente complexo não pode ser produzido diretamente [...] mediante modificações leves, sucessivas de um sistema precursor de um sistema irredutivelmente complexo ao qual falte uma parte é, por definição, não funcional. Um sistema biológico irredutivelmente complexo, se por acaso existir tal coisa, seria um fortíssimo desafio à evolução darwiniana.”[2] 

Para Behe, a complexidade irredutível é um indicador seguro de design. Um sistema bioquímico irredutivelmente complexo que Behe considera é o flagelo bacteriano. O flagelo é um motor rotor movido por um fluxo de ácidos com uma cauda tipo chicote (ou filamento) que gira entre 20.000 a 100.000 vezes por minuto e cujo movimento rotatório permite que a bactéria navegue através de seu ambiente aquoso.

Behe demonstra que essa maquinaria intrincada, incluindo um rotor (o elemento que imprime a rotação), motor molecular, um estator (o elemento estacionário), juntas de vedação, buchas e um eixo-motor exige a interação coordenada de pelo menos quarenta proteínas complexas (que formam o núcleo irredutível do flagelo bacteriano) e que a ausência de qualquer uma delas resultaria na perda completa da função do motor. Ele argumenta que o mecanismo darwinista enfrenta graves obstáculos em tentar explicar esses sistemas irredutivelmente complexos.

No livro No Free Lunch,[3] William Dembski demonstra como a noção de complexidade irredutível de Behe se constitui numa instância particular de complexidade especificada.

Assim que um componente essencial de um organismo exibe complexidade especificada, qualquer design atribuível àquele elemento passa para o organismo como um todo. Para atribuir design a um organismo, ninguém precisa demonstrar que cada aspecto do organismo tem design intencional.

O desafio da complexidade irredutível para a evolução darwiniana é real, e é falso afirmar que a tese de Behe foi refutada: “Não existem relatos darwinianos detalhados para a evolução de qualquer sistema bioquímico ou celular fundamentais, somente uma variedade de ‘wishful speculations’ [especulações]. É notável que o darwinismo seja aceito como uma explicação satisfatória para um assunto tão vasto – a evolução – com tão pouco exame rigoroso de quão bem suas teses funcionam em iluminar instâncias específicas de adaptação ou diversidade biológicas.”[4]

Nota do blog Desafiando a Nomenklatura Científica: “O Professor Dr. Michael Behe é o palestrante principal do 4º Simpósio Internacional Darwinismo Hoje, a ser realizado na Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, de 22 a 24 de outubro de 2012. Inscrições aqui.”

Nota: Em meu livro Por Que Creio, publiquei uma entrevista exclusiva com o Dr. Michael Behe (confira).[MB]

Referências:
1. BEHE, Michael. A Caixa Preta de Darwin: o desafio da bioquímica à teoria da evolução. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997, p. 24, citando Darwin no Origem das Espécies.
2. Ibid, p. 48.
3. DEMBSKI, WilliamNo Free Lunch. Lanham, MD: Roman & Littlefield Publishers, Inc., 2002, Cap. 5: “The Emergence of Irreducibly Complex Systems”, p. 239-310.
4. SHAPIRO, James. “In the Details... What?”, in National Review, 16 set. 1996, p. 62-65.