quinta-feira, outubro 11, 2012

Cientistas encontram fóssil de aranha com presa

Cientistas da Universidade do Estado de Oregon, nos Estados Unidos, descobriram em Mianmar, no sul da Ásia, o primeiro fóssil de uma aranha atacando sua presa. Os animais foram conservados por 100 milhões de anos [segundo a cronologia evolucionista] em um pedaço de âmbar, que caiu de uma árvore no momento do ataque e acabou capturando os dois. A descoberta foi publicada nesta segunda-feira (8) no periódico Historical Biology. A jovem aranha pertencia à espécie Geratonephila burmanica, e a vítima era uma vespa Cascoscelio incassus. Ambas espécies já estão extintas hoje. Além dos dois animais, o pedaço de âmbar continha ainda o corpo de uma aranha do sexo masculino na mesma teia, o que representa um comportamento atípico no passado desses aracnídeos. Atualmente, a maioria das aranhas tem vidas solitárias e até canibais. [O fato de o corpo de o macho estar na mesma teia não significa que ele habitasse ali. Às vezes, a inventividade dos pesquisadores me surpreende.]

“A vespa macho de repente se viu presa em uma teia de aranha. Esse foi o pior pesadelo de sua vida, e nunca terminou. Ela estava prestes a ser atacada, quando a resina de árvore caiu e capturou os dois”, disse George Poinar, que participou da pesquisa.

Segundo os pesquisadores, as aranhas são invertebrados que vivem há cerca de 200 milhões de anos [idem]. A evidência fóssil mais antiga, porém, é de 130 milhões de anos. Um ataque real entre uma aranha e sua presa na teia nunca havia sido documentado. Segundo Poinar, essa espécie de vespa pertence a um grupo que é conhecido como parasita de ovos de insetos. Assim, segundo os cientistas, o ataque da aranha pode ser considerado vingança [mais criatividade].


Nota: Se a aranha existe há 200 milhões de anos, por que mudou tão pouco em 100 milhões de anos? Basta ver, pelo fóssil, que, a despeito de extinta, a aranha é praticamente idêntica a suas descendentes atuais. O mesmo vale para a vespa. Mais interessante ainda são os vários fósseis de animais sepultados por lama em plena atividade de dar à luz ou de engolir a presa, o que sugere sepultamento rápido em um evento catastrófico e hídrico.[MB]