David Reimer |
Nota
do tradutor: O horrendo experimento com os gêmeos Reime realizado pelo mentor
da teoria de gênero, o sexólogo neozelandês John William Money (1921-2006), tem
sido solenemente ignorado pela grande mídia, ou, quando muito, ocasionalmente
mencionado por um ou outro articulista, sempre com o desvelo de não se
comprometer, no essencial, a validade de uma noção canônica em exótico ramo da
psicologia contemporânea: o gênero em “sentido amplo” (isto é, mais “inclusivo”
que o anacrônico binômio masculino-feminino) e suas derivações. Todavia, um
veículo da grande mídia internacional - o periódico francês Le Figaro - tem publicado uma série de
artigos instigantes sobre os desdobramentos práticos da ideologia de gênero: as
políticas públicas de gênero. Em um deles, elas são descritas como “um conjunto
de incitações insidiosas que visam a mudar o comportamento dos jovens e
substituir, aos poucos, um modelo de sociedade por outro” (confira).
Traduzo
aqui “Theórie du genre: comment la premiére expérimentation a mal tourné” [Teoria
de gênero: como seu primeiro experimento fracassou] (fonte), publicado na edição de 31 de janeiro de 2014
do jornal citado. Nele é descrito o caráter criminoso dos testes efetuados por
Money que, como o leitor poderá facilmente constatar, em nada diferiam das
técnicas do “Anjo da Morte” no campo de Auschwitz, o Dr. Joseph Mengele.
Teoria de gênero: como seu primeiro experimento fracassou
Nos anos 1960, um médico neozelandês experimentou em dois gêmeos a “teoria de gênero”, convencendo os pais a transformarem um deles em menina. Uma experiência de consequências dramáticas.
Ainda
que a polêmica sobre a teoria de gênero não pare de crescer, a experiência
trágica conduzida na metade dos anos 1960 pelo seu criador, o sexólogo e
psicólogo neozelandês John Money, volta à superfície, como relatou na
quarta-feira o Le Point. Uma
experiência frequentemente ocultada por seus discípulos atuais nos estudos “de
gênero”, pois, se o fosse (tendo sido conduzida em dois gêmeos canadenses
nascidos meninos, sendo que um que deles foi educado como menina) não seria bem
vista.
O
especialista em hermafroditismo na universidade norte-americana Johns Hopkins,
John Money, definiu desde 1955 o “gênero” como uma conduta sexual que
escolhemos adotar, a despeito de nosso sexo de nascença. Ele estudou
notadamente os casos de crianças nascidas intersexuais para saber a qual sexo
elas poderiam pertencer: aquele que a natureza lhes deu ou aquele no qual foram
educadas. Em 1966, os pais iriam oferecer ao controvertido médico a
possibilidade de testar sobre seus próprios filhos a teoria de gênero. O casal
Reimer eram pais de gêmeos de oito meses. Eles desejavam circuncidá-los, porém
a operação não foi bem sucedida em um dos dois bebês, Bruce, cujo pênis foi
queimado após a uma cauterização elétrica. Seu irmão, Brian, por sua vez, saiu
ileso da operação.
Para John Money, era a ocasião de mostrar com base em um modelo vivo que o sexo biológico não era mais que um erro. Ele propôs então aos pais desamparados que educassem o filho como uma menina, sem jamais revelarem a ele seu sexo de nascença. Bruce, que desde então passou a se chamar Brenda, recebeu a princípio um tratamento hormonal, pois se queria retirar seus testículos depois de quatorze meses. Doravante uma menina, “Bruce-Brenda” usava saias e brincava com bonecas. Durante sua infância, os gêmeos Brian e Brenda seguiram um desenvolvimento harmonioso, fazendo da experiência de sexologia uma vitória. Ao menos foi o que John Money - que mantinha guarda sobre sua evolução -, examinando-os uma vez por ano, acreditava. Ele publicou então numerosos artigos sobre o assunto, mais um livro, em 1972, Homem-mulher, garoto-garota, no qual afirmava que é a educação e não o sexo de nascença que determina se alguém é homem ou mulher.
Mas
se Brenda viveu uma infância sem choques, as coisas se complicaram na
adolescência. Sua voz se tornou mais grave e ela se sentiu atraída por garotas.
Pouco a pouco, ela rejeitava seu tratamento, substituindo-o por outro, com testosterona.
No fundo, ela se sentia mais um garoto que uma moça. Desamparado, o casal
Reimer contou a verdade a seus filhos. Desde então, Brenda se tornou um homem,
David, no qual foi criado cirurgicamente um pênis e foram retirados os seios. Ele
se casou com uma mulher, com a idade de 24 anos.
Mas
essa experiência identitária fora dos padrões deixou desgastes irreparáveis
sobre os gêmeos. Brian se suicidou em 2002, David em maio de 2004.