domingo, janeiro 15, 2017

Enem poderá ser feito em dois domingos

Momento de mobilização e oração
O governo estuda aplicar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em dois domingos ou até mesmo num dia só. A ideia constará da consulta pública que o Ministério da Educação (MEC) pretende lançar na próxima semana com sugestões de mudanças no teste, que tradicionalmente ocorre num sábado e domingo consecutivos. Um dos motivos seria evitar submeter os candidatos sabatistas a uma espera de mais de cinco horas, dentro das salas, antes do início das provas, que só ocorre para eles quando o sol se põe. Mas a mudança também busca uma redução nos gastos com o teste, que em 2016 custou R$ 798,8 milhões. A secretária-executiva da pasta, Maria Helena Guimarães de Castro, afirmou ao Globo que a ideia vem sendo amadurecida dentro de uma série de medidas que devem ser adotadas já em 2017 para focar o Enem nos participantes que pretendem usar o exame para entrar no ensino superior público e privado. A maioria das universidades estatais utiliza a nota do teste na seleção dos candidatos, da mesma forma que o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Universidade para Todos (ProUni) faz para preencher vagas em instituições particulares.

“Se vai ser em um dia ou dois, esse é o ponto principal. Mas não tem nada resolvido ainda. Claro que se fizer só em um dia, vai ter que fazer mudanças na prova. Fazer em dois domingos é uma outra hipótese- disse a secretária.”

Pelas regras atuais, os participantes sabatistas têm de entrar nos locais de prova no mesmo horário que os demais, ou seja, às 13h. Mas só começam a fazer a prova após o sol se pôr. Eles somaram 76,2 mil candidatos na edição passada do Enem. Apesar do número absoluto significativo, representam menos de 1% dos 8,6 milhões de inscritos. Mesmo assim, manter a estrutura para atender aos sabatistas pode ter um custo elevado. Monitores e fiscais, por exemplo, têm jornada dobrada, além das dificuldades de logística para dar assistência a pequenos grupos em todo o país.

Cálculos nesse sentido estão sendo considerados pelo governo, para diminuir o tamanho do público do Enem, conforme antecipou o Globo em novembro. Além da redução de custos, a medida resultaria em uma operação menos complexa, em termos de segurança, riscos de vazamento e logística. A ideia ganhou corpo com o elevado índice de abstenção verificado no ano passado: 30,4%. Foi a maior taxa desde 2009, quando o teste começou a funcionar em caráter nacional como vestibular para universidades públicas e registrou 37% de ausentes.

Ao apresentar o dado, o ministro da Educação, Mendonça Filho, pontuou que os faltosos representaram um desperdício de R$ 236 milhões aos cofres públicos e defendeu publicamente a necessidade de modificações no exame. O custo inicial do Enem no ano passado era de R$ 788,3 milhões, mas a prova foi adiada para parte dos alunos devido às ocupações de escolas, elevando o valor para R$ 798,8 milhões. Na mesma ocasião do balanço do exame, o ministro reclamou das condições reservadas aos sabatistas, mas não anunciou medidas concretas para mudar a situação. […]


Nota: É momento de todos os sabatistas se mobilizarem, se unir em oração e ficar atentos para a forma como o assunto será votado. […]