Visitantes olham fóssil em Hong Kong |
A costela de um dinossauro herbívoro de pescoço longo que viveu
há [supostos] 195 milhões de anos forneceu o que pode ser o vestígio de tecido
mole mais antigo já recuperado, disseram cientistas na terça-feira. A
descoberta promete uma chance de extrair pistas raras sobre a biologia e a
evolução de animais extintos há muito tempo, escreveu uma equipe de
pesquisadores na revista científica Nature
Communications. Essas informações são, em sua maioria, ausentes em
esqueletos duros preservados, que formam a maior parte dos registros fósseis. “Nós
mostramos a presença de proteína preservada em um dinossauro de 195 milhões de
anos, pelo menos 120 milhões de anos mais antiga do que qualquer outra
descoberta similar”, disse à AFP o coautor do estudo Robert Reisz, da
Universidade de Toronto Mississauga. “Essas proteínas são os blocos de
construção dos tecidos moles de animais, e é emocionante entender como eles
foram preservadas”, acrescentou. [Emocionante ou constrangedor?]
Reisz e uma equipe escanearam um osso de costela de
Lufengossauro, um dinossauro comum no período Jurássico Inferior, que media até
oito metros de comprimento. Os pesquisadores usaram um feixe de fótons no
Centro Nacional de Pesquisa de Radiação Síncrotron em Taiwan para examinar o
interior do osso, especificamente seus conteúdos químicos. Eles encontraram
evidências de proteínas de colágeno dentro de pequenos canais na costela e
concluíram que se tratava “provavelmente de restos dos vasos sanguíneos que
forneciam sangue para as células ósseas do dinossauro vivo”.
A maioria dos estudos anteriores extraíram restos orgânicos
através da dissolução de outras partes do fóssil, disse a equipe. Com o método
síncrotron, isso não é necessário, e até mesmo os restos mais antigos podem ser
revelados sem danificar os ossos de dinossauros.
A descoberta mais antiga anterior de suspeita de hemácias e
fibras de colágeno foi relatada em 2013, em dinossauros que viveram cerca de
[supostos] 75 milhões de anos atrás. Proteínas
e outros resíduos orgânicos geralmente se decompõem logo após a morte de um
animal. Durante a fossilização, o espaço que esse material ocupa no
interior do osso é preenchido por depósitos minerais transportados por águas
subterrâneas. Portanto, é muito raro encontrar tecidos moles fossilizados.
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notícia como essa é uma “bomba” para a teoria da evolução. [MB]