O autor em visita à Nasa, na Flórida |
A notícia ganhou os meios de
comunicação e agitou o mundo. Finalmente, a Agência Espacial Norte-Americana
(Nasa) anunciou a descoberta de planetas semelhantes à Terra – sete, ao todo –
que, teoricamente, poderiam conter água em estado líquido e, portanto, na
opinião dos cientistas, ter ambiente favorável ao surgimento e à evolução da
vida. O sistema solar descoberto está a 39 anos-luz de distância e tem no
centro uma estrela anã chamada Trappist-1, similar ao sol e um pouco maior que
Júpiter. Segundo a Nasa, os planetas do sistema têm massa semelhante à da Terra
e composição rochosa. O estudo publicado na revista Nature
sugere que há chances de os cientistas encontrarem vida nesses planetas. “Não é
mais uma questão de ‘se’, mas uma questão de ‘quando’”, disse Thomas Zurbuchen,
administrador da Direção de Missão Científica da Nasa, na coletiva de imprensa
que anunciou a descoberta.
A esperança dos cientistas é tanta
que, mesmo que não seja encontrado sinal de vida nesse sistema, eles creem que
ela pode ter se desenvolvido ou se desenvolverá. “[A Trappist-1] queima
hidrogênio tão lentamente que vai viver por mais dez trilhões de anos – que é,
sem dúvida, tempo suficiente para a vida evoluir”, escreveu Ignas Snellen, do
Observatório de Leiden, na Holanda.
Os planetas não são observados
diretamente, como podem dar a entender as ilustrações publicadas em jornais e
revistas. Na verdade, nada se sabe sobre a cor deles e muito pouco sobre sua
composição. Eles só são percebidos porque, ao passar pela frente da estrela,
acabam escurecendo um pouco sua luz. Como esse bloqueio de luz é cíclico, os astrônomos
deduzem que há planetas lá. Com as observações a partir de telescópios no solo
e no espaço, os cientistas calcularam que não havia apenas três exoplanetas,
mas sete. E com os dados foi possível calcular o tempo de translação, a
distância da estrela, a massa e o diâmetro dos sete astros. Quanto à composição
atmosférica (se é que eles têm uma) e a presença de água, isso depende da
análise da luz que vem de lá, submetida a espectroscópios.