Uma exposição aberta no último fim de semana na Alemanha exibe provas de que há mais de 10 mil anos curandeiros na Idade da Pedra já operavam a cabeça de seus pacientes. O mais curioso é que a maior parte dos pacientes primitivos sobrevivia, como mostram crânios descobertos em escavações arqueológicas. Até o século 19, entretanto, grande parte das intervenções do tipo levava o doente à morte. "Buraco na cabeça" é o título da mostra, exibida até dia 2 de novembro no Museu de Neanderthal, na cidade de Mettmann, no oeste da Alemanha. Realizada na mesma localidade famosa pela descoberta do homem de Neanderthal, a exposição documenta as mais antigas operações de cabeça do mundo, abrangendo desde as mais primitivas intervenções até a moderna cirurgia cerebral.
Considerada um dos mais antigos procedimentos médicos dos quais se tem evidência, a chamada trepanação é uma técnica em que um orifício é aberto no crânio, possibilitando operações no cérebro. Hoje em dia, a prática é usada, por exemplo, para extirpar tumores ou coágulos cerebrais.
Na pré-história [sic], é possível que a trepanação não tivesse uma função terapêutica prática, servindo em muitos casos, segundo especialistas, para eliminar os maus espíritos e demônios do paciente [será?]. A sobrevivência ao procedimento, realizado através da Antigüidade, era de aproximadamente 70%.
Na Europa, puderam ser comprovados mais de 450 casos de trepanação durante o Neolítico. Entretanto, durante a Idade Média o conhecimento da cirurgia se perdeu e a cota de sucesso nesse tipo de intervenção caiu a praticamente zero.
O acervo inclui cerca de duas dúzias de crânios com buracos de trepanação, entre os quais os mais antigos encontrados no continente europeu, ao lado dos instrumentos primitivos usados nas operações.
Entre as peças expostas está uma cópia de um crânio datado do ano 5.000 a.C., considerado a mais antiga prova de uma operação craniana na Europa. Achado em um cemitério neolítico em Ensisheim, região francesa próxima à fronteira com a Alemanha, o esqueleto apresenta dois furos na cabeça.
Exames feitos por pesquisadores da Universidade de Freiburg indicaram que os dois buracos foram abertos por instrumentos cortantes de pedra. Os sinais de cicatrização indicam que o paciente, um homem de cerca de 50 anos, sobreviveu à operação.
Também são apresentadas ilustrações históricas, além equipamentos desenvolvidos para operar cérebros humanos através dos tempos, incluindo peças da antiguidade clássica, do da civilização celta e de povos da América Pré-Colombiana. ...
(BBC Brasil)
Nota: Embora os pesquisadores tentem desviar o assunto supondo que o procedimento se tratasse de algum tipo de magia, tudo parece indicar que nossos ancestrais não eram assim tão primitivos como querem os darwinistas.[MB]
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antropologia, evolucionismo