A obrigatoriedade do diploma para exercer o jornalismo ainda está em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF). A questão divide a opinião dos ministros. Dos 11 que compõem o Supremo, seis já se declararam contra a obrigatoriedade da formação em ensino superior para a prática jornalística. O principal questionamento levantado é "por que é preciso ter um diploma para escrever?". No entanto, de acordo com declaração da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o diploma jornalístico deve ser regulamentado porque "a sociedade tem direito à informação de qualidade, ética e democrática".
Mesmo entre os veículos jornalísticos que, teoricamente, deveriam apoiar a manutenção do diploma, são encontrados os que são contrários a isso. O jornal Folha de S.Paulo faz parte desse grupo. Em um editorial publicado em 1.º de abril deste ano, o veículo defendeu que "a obrigatoriedade do diploma afronta a liberdade de expressão, diminui a oferta de informação de qualidade e se reveste de anacronismo na era da internet, quando todos têm a oportunidade de apurar e publicar notícias".
O argumento da internet tem sido bastante usado. Mas o jornalista e editor da Casa Publicadora Brasileira (CPB), Michelson Borges, vê com ressalvas essa abertura para a participação das pessoas. Embora seja positiva, ele acredita que ela não deve ser confundida com o jornalismo tradicional. "Sem os critérios de apuração adequados e o treinamento apropriado, os novos webjornalistas acabam gerando muita informação não-confiável. E aí se multiplicam as 'barrigadas' virtuais", alerta. [Leia mais]