Parece que faz tempo que Richard Dawkins não faz ciência nem entra num laboratório, afinal, anda escrevendo um livro atrás do outro, atacando a Deus e aos crentes e sempre exaltando o darwinismo como única explicação para a origem da vida. Sua nova obra - A Grande História da Evolução - foi cuidadosamente lançada no mesmo ano em que que se comemoram o 200º aniversário de nascimento de Darwin e o 150º ano de publicação de sua obra mais conhecida: A Ogigem das Espécies. Fã de carteirinha do naturalista inglês (tanto que foi chamado de "o devoto de Darwin" pela revista Veja), Dawkins afirma em sua nova obra que "a evolução biológica não tem uma linha de descendência privilegiada, nem um fim projetado. A evolução alcançou muitos milhões de fins provisórios (o número de espécies sobreviventes no momento da observação), e não há nenhuma razão além da vaidade - vaidade humana, diga-se de passagem, já que somos nós que estamos falando - para designar qualquer um mais privilegiado ou mais culminante do que outro. ... O historiador precisa precaver-se contra costurar uma narrativa cuja impressão, por mínima que seja, tenha como alvo o clímax humano".
Ao ler isso, fiquei pensando nos extremos a que a humanidade foi levada pelo inimigo de Deus (e aqui não me refiro a Dawkins ou a qualquer darwinista, fique bem claro). Logo no início da história deste mundo, Satanás, usando como médium a serpente, disse para Eva que se ela desobedecesse a Deus e provasse do fruto do conhecimento do bem e do mal, suas faculdades mentais de expandiriam e ela seria como Deus (Gn 3:5). Ela não passou na prova e o que ganhou, na verdade, foi o conhecimento teórico e prático do que significa o mal.
A filosofia iluminista, de certa forma, apresenta semelhança com as pretenções insufladas pelo inimigo na mente da primeira mulher: não basta ser filho de Deus; não basta ser humano; é preciso ser o centro de tudo (antropocentrismo); é preciso exaltar a razão acima de tudo. Deus é a imagem e semelhança do homem, e não o contrário. "Sereis como Deus."
Mas o darwinismo leva o ser humano para o outro extremo da escala de valorização humana. De pretenso deus, senhor absoluto da vida, centro de tudo, o homem passou a ser apenas mais um animal entre outros. Animal racional, dizem, mas animal.
A Bíblia nos coloca em nosso devido lugar. Não somos deuses, nem animais. Fomos originalmente criados à imagem e semelhança do Criador. Somos filhos de Deus, a Ele pertencendo pela criação e pela redenção. O Deus Filho veio a este mundo morrer por nós, mostrando o quanto nos valoriza, e prometeu voltar para nos buscar desta realidade corroída pelo pecado. Somos especiais, sim, porque fomos feitos de modo especial e porque para o Pai é exatamente isso o que somos: especiais. Até o Dawkins, embora não reconheça isso.
Michelson Borges