Deu na Veja desta semana: "Na cúpula da Record, há uma certa divisão entre bispos pudicos e liberais. Tudo indica, porém, que na decisão de tesourar cenas ousadas [na novela Poder Paralelo] o que prevaleceu não foram considerações teológicas, mas razões comerciais (nas quais as duas facções concordam). Os bispos temem que o sexo afugente os espectadores, supostamente de perfil conservador, das classes C, D e E, seu público-alvo. A maneira como a direção da emissora promoveu os cortes foi desastrada. Tudo foi feito à revelia do núcleo criativo da novela, que agora incorporou um espírito de desforra: o sexo está mais presente do que nunca, ainda que apenas à contraluz. Mas também não há por que tachar os bispos de censores neste episódio. Os pedaços ceifados não fazem falta à narrativa. O espectador foi poupado de frases como "a gente está no cio", digna de uma canção de Wando. E, mesmo com os cortes, ainda vão ao ar diálogos como o que se viu na última terça-feira: numa alusão à cena famosa do filme Último Tango em Paris, um personagem sugeriu à sua patroa o uso de manteiga numa relação sexual. Precisa mais?"
Nota: Não dá pra entender por que uma igreja mantém um canal de televisão sem usá-lo para transmitir valores e pregar o evangelho em horário nobre. Uma pena.[MB]