Nos evangelhos sinóticos, encontramos a parábola do semeador. Lucas 8:5-8: “Eis que o semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho; foi pisada, e as aves do céu a comeram. Outra caiu sobre a pedra; e, tendo crescido, secou por falta de umidade. Outra caiu no meio dos espinhos; e estes, ao crescerem com ela, a sufocaram. Outra, afinal, caiu em boa terra; cresceu e produziu a cento por um. Dizendo isto, clamou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” Semanas atrás, pude ver germinar uma semente. Claudinei Módolo, mais conhecido como “Branco”, pode ser comparado a uma dessas sementes produtivas. Ele sempre foi bom pai de família, trabalhador, honesto. Casado com Suzana, que foi a primeira a ser batizada na Igreja Adventista do Sétimo Dia de Boituva, SP, ele é pai de Renan, que é desbravador e cantor na igreja. Entretanto, Claudinei, apesar de conhecer a mensagem adventista há tempos, resistia a tomar a decisão de ser batizado e pertencer, como sua família, à Família de Deus.
Entretanto, Claudinei teve sua grande oportunidade quando o triatleta George Silva, autor do livro Conquistando o Brasil, passou providencialmente por Boituva em seu projeto de percorrer 2.009 km no Estado de São Paulo e palestrando em 33 escolas adventistas da região.
O mais interessante é a forma como George foi parar em Boituva, naquele sábado. Indo de Sorocaba para Tatuí, ele ligou para o amigo Michelson Borges que prontamente o recebeu e hospedou na noite de quinta-feira para sexta-feira. Quando George disse que a visita dele ao Colégio Adventista de Tatuí havia sido cancelada por ser uma semana de provas, Michelson ligou para o diretor, pastor Elias, e intercedeu pelo “atleta da fé”, dizendo que os alunos não poderiam perder seu testemunho de fé. O pastor Elias não deixou passar a oportunidade e acomodou as coisas de tal forma que George pôde falar aos alunos e professores durante uma hora, no fim da manhã. Elias e George são militares na reserva e se tornaram grandes amigos.
Depois de almoçar com o professor Elias, George subiu na bicicleta e se dirigiu ao município de Porto Feliz, onde também apresentou palestra na escola adventista de lá. No sábado, o pastor Elias iria pregar na igreja de Boituva e teve uma ideia: buscar o George em Porto Feliz e deixar que ele contasse a história de sua conversão. E foi o que fez. Depois de falar de seu impressionante chamado na floresta amazônica, George fez um apelo para que os ouvintes se entregassem a Jesus. Claudinei não resistiu e tomou a decisão, afinal.
O que Deus faz para salvar uma pessoa!
Aos 40 anos de idade, Claudinei foi batizado, no dia 12 de abril, pelo pastor Benhur Domingues, no mesmo tanque em que a esposa foi batizada dez anos antes. Os membros da igreja e a família se emocionaram com a feliz surpresa. “Branco”, que é meu cunhado, hoje afirma: “Ao longo desse tempo, já ouvi muitos sermões, por muitas vezes atendi a apelos, sabia que devia tomar uma decisão séria, mas algo me impedia. Até que não pude mais adiar. Senti que aquele era o momento exato.”
A semente que havia sido plantada há 19 anos sofreu as “bicadas” das aves da tradição familiar, enfrentou a seca da incompreensão, os espinhos da indiferença, o sufoco do medo, mas enfim germinou. E, assim como revela o texto bíblico, essa semente há de produzir outras sementes e estas, outras e outras...
Deixe você também germinar a semente da Palavra de Deus em seu coração. Tome hoje a sua decisão.
(Moisés Biondo, estudante de Teologia no Unasp, campus Engenheiro Coelho)