Quando o professor Rubens Pazza, da Universidade Federal de Viçosa, leu a reportagem “Descoberto fóssil que altera teorias sobre dinossauros”, de Ligia Hougland, publicada no site Terra, ficou tão indignado que escreveu um artigo intitulado “Desonestidade na divulgação científica”. Mas por que ele chama Ligia de desonesta? Qual o motivo de tanto ódio? Simplesmente porque a jornalista se utiliza de termos proibidos para os darwinistas, como: “perfeitamente criado” e “design belamente criado”. Onde já se viu! Falar de dinossauros e sugerir design inteligente? Não pode, menina!
Puzzo escreveu outro texto, publicado nesta semana no Observatório da Imprensa, intitulado “Corrigindo um equívoco”. Numa ligação telefônica, Ligia disse que não é criacionista e que escreveu a matéria com base em entrevistas com cientistas e em um press release. Puzzo se deu por satisfeito (afinal, ufa!, ela não é criacionista). Pediu desculpas públicas, mas insistiu: o jornalismo científico deve ser “extremamente cuidadoso” para não dar margem a interpretações criacionistas. É mais ou menos como a frase hipnótica de Richard Dawkins: “A biologia é o estudo de coisas complexas que dão aparência de terem sido projetadas.”
E para deixar claro que exagerou na dose, na semana anterior, Puzzo repete: “mais uma vez peço desculpas a Ligia Hougland, que foi injustamente taxada de criacionista por mim no outro texto.” Opa! De repente, ser taxada de criacionista é ainda pior do que ser chamada de desonesta! É lamentável ver tamanha manifestação de preconceito vinda de um professor universitário.
Ligia escapou da fogueira de Pazza. Mas os outros “desonestos” que insistem em ver evidências de design na criação, esses, sim, merecem as chamas.[MB]