Hayan visto da Estação Espacial |
Em
dezembro do ano passado, durante a 18ª Conferência do Clima em Doha, Catar, a
imagem do negociador filipino Yeb Saño impressionou o mundo. Com lágrimas nos
olhos, Saño contou como o tufão Bopha destruiu cidades inteiras do seu
país e praticamente implorou aos demais participantes a manter o Protocolo
de Kyoto. Um ano depois de seu apelo, Saño voltou a chorar em uma COP, desta
vez na 19ª conferência, em Varsóvia, na Polônia. Seu país mal teve tempo de se
recuperar do Bopha e já está enfrentando uma nova tragédia, causada pelo
supertufão Haiyan [a imagem ao lado foi feita a partir da Estação Espacial Internacional; note o tamanho do tufão!]. Saño, cujo familiares são de Tacloban, cidade devastada pelo
Haiyan, disse que as conferências climáticas só estão servido para desabafar. Ele voltou a cobrar dos demais países do
mundo um acordo para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e para
destinar recursos a países em desenvolvimento - para que nações como as
Filipinas consigam enfrentar eventos climáticos extremos. “Nós podemos resolver
isso. Vamos acabar com essa loucura, aqui e agora.”
O
negociador aproveitou para anunciar uma medida extrema. Disse que, em homenagem
às vítimas e para pressionar os demais
negociadores, entrará em greve de fome durante a conferência. No Twitter,
anunciou o “dia um” da greve com a hashtag #FastingForThePhilippines (Jejuando
Pelas Filipinas).
O
governo das Filipinas viajou a Vasórvia disposto a defender a tese de que as
mudanças climáticas estão aumentando o número de tufões, na expectativa que desastres como o Haiyan sensibilizem os
governantes dos demais países. “O que a ciência nos diz é simples: mudanças
climáticas significam tempestades tropicais mais intensas. A Terra esquenta, o
oceano esquenta, e essa energia armazenada nas águas vai aumentar a intensidade
dos tufões. Tufões mais destrutivos serão a norma”, disse Saño.
A
ciência sobre o papel do aquecimento global nos tufões, no entanto, não é tão
simples. Ainda não há consenso científico de que o aumento nas médias de
temperatura do planeta contribua com o aumento de furacões. O IPCC diz que é
possível, mas que ainda não há evidências suficientes para fazer o link. Mas alguns estudos recentes
apontam que os filipinos podem estar certos. Um estudo publicado na Nature concluiu que a quantidade de
tufões e furacões vai diminuir, mas que eles ficarão mais destrutivos. Outro,
do Massachusetts Institute of Technology, acredita em aumento da quantidade de
tufões de todas as intensidades.
As
Filipinas estão acostumadas com tempestades e tufões, mas sendo um país em
desenvolvimento, têm poucos recursos para enfrentar esses desastres. Um cenário
com aumento de tufões, ou de tufões mais intensos, preocupa as autoridades do
país, que veem no Haiyan uma amostra do que pode acontecer em caso
de mudanças climáticas extremas.
Destruição comparável à do tsunami de 2004 |
(Época)
Nota:
É fato inegável que as catástrofes climáticas têm aumentado, no entanto, Ellen
White fornece outra explicação para a origem delas: “Satanás também opera por
meio dos elementos a fim de recolher sua colheita de almas desprevenidas.
Estudou os segredos dos laboratórios da natureza, e emprega todo o seu poder
para dirigir os elementos tanto quanto o permite Deus. Quando lhe foi permitido
afligir a Jó, quão rapidamente rebanhos e gado, servos, casas, filhos, foram
assolados, seguindo-se em um momento uma desgraça a outra! É Deus que protege
as Suas criaturas, guardando-as do poder do destruidor. Mas o mundo cristão
mostrou desdém pela lei de Jeová; e o Senhor fará exatamente o que declarou que
faria: retirará Suas bênçãos da Terra, removendo Seu cuidado protetor dos que
se estão rebelando contra a Sua lei, e ensinando e forçando outros a fazerem o
mesmo. [...]Nos acidentes e calamidades no mar e em terra, nos grandes incêndios,
nos violentos furacões e terríveis saraivadas, nas tempestades, inundações,
ciclones, ressacas e terremotos, em toda parte e sob milhares de formas,
Satanás está exercendo o seu poder. [...]Estas visitações devem tornar-se mais e
mais frequentes e desastrosas” (O Grande
Conflito, p. 589, 590).
O
que aconteceu com os filipinos e tende a acontecer ainda mais em outros lugares
do mundo poderá ter o poder de sensibilizar os governantes e as massas para
adotar leis cujo objetivo será conter o aquecimento global, mas que
dificultarão em muito a vida de outras pessoas, como aqueles que não aceitarem
a imposição de um “dia de descanso para a Terra”. Pesquise mais sobre o tema
ECOmenismo (clique aqui). [MB]