terça-feira, novembro 12, 2013

Se isso não é desonestidade acadêmica, o que é?

Discussões intramuros escondidas
Quando nomeio aqui cientistas evolucionistas de academicamente desonestos, eu me refiro [ao] que eles sabem e discutem intramuros e através de publicações científicas, mas não têm a honestidade, muito menos a hombridade de discutir pública e civilmente o status heurístico colapsante da Síntese Evolutiva Moderna no contexto de justificação teórica. Esse comportamento é 171 epistemológico! Consideremos aqui a honestidade científica de alguns cientistas – sim, para o bem da Ciência, ainda existem cientistas honestos, a respeito da robustez dos atuais paradigmas científicos da origem e evolução da diversidade e complexidade das formas biológicas.

Em 2007, George Whitesides, químico proeminente, da não menos famosa Universidade Harvard, foi agraciado com a Medalha Priestley, o prêmio mais alto concedido pela American Chemical Society. No seu discurso ao receber a honraria, Whitesides declarou: “A origem da vida. Esse problema é um dos maiores na ciência. Começa por colocar a vida, e nós, no Universo. A maioria dos químicos crê, como eu creio, que a vida surgiu espontaneamente a partir de moléculas na Terra prebiótica. Como? Eu não tenho a menor ideia.”[1]

A teoria da evolução de Darwin através da seleção natural e n mecanismos evolucionários (de A a Z, vai que um mecanismo falhe...) na sua versão atual – a Síntese Evolutiva Moderna – afirma que a seleção natural agindo sobre mutações aleatórias foi o mecanismo motriz que explicaria a história evolutiva de toda a diversidade e complexidade da vida. Todavia, um número crescente de cientistas de peso duvida dessa posição. Poderia citar aqui uns 3.000... Mas vou citar apenas Lynn Margulis, uma cientista de renome, que foi membro da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. Em uma de suas últimas entrevistas, ela afirmou:

“Os neodarwinistas afirmam que novas espécies surgem quando ocorrem as mutações e modificam um organismo. Eu fui ensinada repetidas vezes que a acumulação de mutações aleatórias produzia mudança evolucionária [que] resultava em novas espécies. Eu acreditei nisso até que fui procurar pela evidência.”[2]

Segundo Margulis, “as novas mutações não criam novas espécies; elas criam descendência debilitada”.[3]

[...] Em 2008, um grupo de 16 biólogos internacionais se reuniu em Altenberg, Áustria, para discutir problemas fundamentais da Síntese Evolutiva Moderna. A Nature, carro-chefe das publicações científicas (fundada por Thomas Huxley e outros, para a divulgação e defesa do darwinismo), deu destaque à Conferência dos 15 de Altenberg, citando um dos proeminentes cientistas evolucionistas: “A síntese moderna é extraordinariamente boa em modelar a sobrevivência do mais apto, mas não é boa em modelar a chegada do mais apto”, e “a origem das asas e a invasão terrestre [...] são coisas [sobre as quais] a teoria evolucionária disse pouco para nós.”[4]

Essa desonestidade acadêmica [...] é visível também na abordagem do fato, Fato, FATO da evolução nos livros didáticos de Biologia do ensino médio acolhidos e recomendados pelo MEC/SEMTEC/PNLEM. Isso, apesar de termos enviado e entregue ao MEC uma análise crítica de sete livros didáticos em 2003 e 2005. Duas fraudes e várias distorções de evidências científicas a favor da evolução foram destacadas naqueles documentos. 

O MEC, em flagrante desrespeito para com a verdade científica, fez ouvido de mercador. Nossos alunos do ensino médio precisam saber o que [...] os 16 de Altenberg sabem – a teoria evolucionária disse pouco sobre COMO um Australopithecus afarensis evoluiu para um antropólogo amazonense...

Em 2009, Eugene Koonin, do National Center for Biotechnology Information afirmou em trabalho com revisão por pares publicado na não menos confiável Trends in Genetics que novas descobertas científicas em vários aspectos fundamentais do neodarwinismo, tais como “o conceito tradicional da árvore da vida” ou a visão de que “a seleção natural seja a principal força motriz da evolução” indicam que “a síntese moderna ruiu, aparentemente, além da possibilidade de conserto”. “Sem escolher palavras”, Koonin concluiu, “a síntese moderna já era”.[5]

Koonin, um biólogo evolucionista respeitado pela comunidade científica, destacou que a Árvore da Vida de Darwin é um aspecto fundamental teórico que já ruiu. RUIU! Ouça o barulho estrepitante: “Splop! Ploc! Ploct! Plop! (onomatopeia para queda de objeto oco).

[...] Existem inúmeros exemplos na literatura científica a respeito desse problema no contexto de justificação teórica. Só para dar um exemplo mais recente, em junho de 2012, um artigo publicado na Nature reportou que pequenos trechos de RNA chamados de microRNAs “estão detonando ideias tradicionais sobre a árvore da família animal”. 

Kevin Peterson, biólogo da Dartmouth, que pesquisa microRNAs, lamentou: “Tenho observado milhares de genes de microRNAs e não posso encontrar um só exemplo que pudesse apoiar a árvore tradicional.” Peterson foi direto no assunto: “Os microRNAs são completamente inequívocos [...], eles dão uma árvore totalmente diferente da que todo mundo quer ver.”[6]

Traduzindo em miúdos [...], a hipótese da descendência com modificação, o aspecto mais fundamental da teoria da evolução de Darwin, foi para a lata de lixo da História da Ciência.

Nossos alunos do ensino médio estão sendo engabelados com essa desonestidade acadêmica que proíbe a discussão, não de assuntos periféricos, mas de assuntos fundamentais para quaisquer teorias cientificas que se prezem e ousem passar pelo crivo rigoroso do contexto de justificação teórica. Estão sendo lesados na sua formação acadêmica, pois esse colapso epistêmico da Síntese Evolutiva Moderna não é mencionado em nenhum livro didático.

O nome disso é o que? DESONESTIDADE ACADÊMICA. Mas “a desonestidade intelectual faz parte da história da civilização – da parte ruim. Apontá-la é, entendo, uma premissa civilizatória”.[7]

É o que este blogueiro faz aqui: denunciar desonestidade acadêmica dos darwinistas fundamentalistas, pós-modernos, chiques e perfumados a la Dawkins é uma premissa, não de fundamentalismo, mas de civilização!

Referências:

1. George M. Whitesides, “Revolutions in Chemistry”, Chemical and Engineering News 85 (26/3/07), p. 12-17.
2. Citado em “Lynn Margulis: Q + A”, Discover Magazine (Abr. 2011), p. 68.
3. Darry Madden, “UMass Scientist to Lead Debate on Evolutionary Theory”, Brattleboro Reformer (3/2/06).
4. Scott Gilbert, Stuart Newman e Graham Budd, citados em John Whitfield, “Biological theory: Postmodern evolution?”, Nature 455: 281–284 (17/9/08).
5. Eugene V. Koonin, “The Origin at 150: Is a new evolutionary synthesis in sight?”, Trends in Genetics 25(11): 473-475 (2009).
6. Elie Dolgin, “Rewriting Evolution”, Nature 486: 460–462 (28/6/12).