Discussões intramuros escondidas |
Quando
nomeio aqui cientistas evolucionistas de academicamente desonestos, eu me
refiro [ao] que eles sabem e discutem intramuros e através de publicações
científicas, mas não têm a honestidade, muito menos a hombridade de discutir pública
e civilmente o status heurístico
colapsante da Síntese Evolutiva Moderna no contexto de justificação teórica. Esse
comportamento é 171 epistemológico! Consideremos aqui a honestidade científica
de alguns cientistas – sim, para o bem da Ciência, ainda existem cientistas
honestos, a respeito da robustez dos atuais paradigmas científicos da origem e
evolução da diversidade e complexidade das formas biológicas.
Em
2007, George Whitesides, químico proeminente, da não menos famosa Universidade
Harvard, foi agraciado com a Medalha Priestley, o prêmio mais alto concedido
pela American Chemical Society. No seu discurso ao receber a honraria,
Whitesides declarou: “A origem da vida. Esse problema é um dos maiores na
ciência. Começa por colocar a vida, e nós, no Universo. A maioria dos químicos
crê, como eu creio, que a vida surgiu espontaneamente a partir de moléculas na
Terra prebiótica. Como? Eu não tenho a menor ideia.”[1]
A
teoria da evolução de Darwin através da seleção natural e n mecanismos evolucionários (de A a Z, vai que um mecanismo falhe...)
na sua versão atual – a Síntese Evolutiva Moderna – afirma que a seleção
natural agindo sobre mutações aleatórias foi o mecanismo motriz que explicaria
a história evolutiva de toda a diversidade e complexidade da vida. Todavia, um
número crescente de cientistas de peso duvida dessa posição. Poderia citar aqui
uns 3.000... Mas vou citar apenas Lynn Margulis, uma cientista de renome, que foi
membro da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. Em uma de suas
últimas entrevistas, ela afirmou:
“Os
neodarwinistas afirmam que novas espécies surgem quando ocorrem as mutações e
modificam um organismo. Eu fui ensinada repetidas vezes que a acumulação de
mutações aleatórias produzia mudança evolucionária [que] resultava em novas
espécies. Eu acreditei nisso até que fui procurar pela evidência.”[2]
Segundo
Margulis, “as novas mutações não criam novas espécies; elas criam descendência
debilitada”.[3]
[...]
Em 2008, um grupo de 16 biólogos internacionais se reuniu em Altenberg, Áustria,
para discutir problemas fundamentais da Síntese Evolutiva Moderna. A Nature, carro-chefe das publicações
científicas (fundada por Thomas Huxley e outros, para a divulgação e defesa do darwinismo),
deu destaque à Conferência dos 15 de Altenberg, citando um dos proeminentes
cientistas evolucionistas: “A síntese moderna é extraordinariamente boa em
modelar a sobrevivência do mais apto, mas não é boa em modelar a chegada do
mais apto”, e “a origem das asas e a invasão terrestre [...] são coisas [sobre
as quais] a teoria evolucionária disse pouco para nós.”[4]
Essa
desonestidade acadêmica [...] é visível também na abordagem do fato, Fato, FATO
da evolução nos livros didáticos de Biologia do ensino médio acolhidos e
recomendados pelo MEC/SEMTEC/PNLEM. Isso, apesar de termos enviado e entregue
ao MEC uma análise crítica de sete livros didáticos em 2003 e 2005. Duas
fraudes e várias distorções de evidências científicas a favor da evolução foram
destacadas naqueles documentos.
O
MEC, em flagrante desrespeito para com a verdade científica, fez ouvido de
mercador. Nossos alunos do ensino médio precisam saber o que [...] os 16 de
Altenberg sabem – a teoria evolucionária disse pouco sobre COMO um Australopithecus afarensis evoluiu para
um antropólogo amazonense...
Em
2009, Eugene Koonin, do National Center for Biotechnology Information afirmou
em trabalho com revisão por pares publicado na não menos confiável Trends in Genetics que novas descobertas
científicas em vários aspectos fundamentais do neodarwinismo, tais como “o
conceito tradicional da árvore da vida” ou a visão de que “a seleção natural
seja a principal força motriz da evolução” indicam que “a síntese moderna ruiu,
aparentemente, além da possibilidade de conserto”. “Sem escolher palavras”,
Koonin concluiu, “a síntese moderna já era”.[5]
Koonin,
um biólogo evolucionista respeitado pela comunidade científica, destacou que a Árvore da Vida de Darwin é um aspecto fundamental
teórico que já ruiu. RUIU! Ouça o barulho estrepitante: “Splop! Ploc! Ploct!
Plop! (onomatopeia para queda de objeto oco).
[...]
Existem inúmeros exemplos na literatura científica a respeito desse problema no
contexto de justificação teórica. Só para dar um exemplo mais recente, em junho
de 2012, um artigo publicado na Nature
reportou que pequenos trechos de RNA chamados de microRNAs “estão detonando
ideias tradicionais sobre a árvore da família animal”.
Kevin
Peterson, biólogo da Dartmouth, que pesquisa microRNAs, lamentou: “Tenho
observado milhares de genes de microRNAs e não posso encontrar um só exemplo
que pudesse apoiar a árvore tradicional.” Peterson foi direto no assunto: “Os
microRNAs são completamente inequívocos [...], eles dão uma árvore totalmente
diferente da que todo mundo quer ver.”[6]
Traduzindo
em miúdos [...], a hipótese da descendência com modificação, o aspecto mais
fundamental da teoria da evolução de Darwin, foi para a lata de lixo da
História da Ciência.
Nossos
alunos do ensino médio estão sendo engabelados com essa desonestidade acadêmica
que proíbe a discussão, não de assuntos periféricos, mas de assuntos
fundamentais para quaisquer teorias cientificas que se prezem e ousem passar
pelo crivo rigoroso do contexto de justificação teórica. Estão sendo lesados na
sua formação acadêmica, pois esse colapso epistêmico da Síntese Evolutiva
Moderna não é mencionado em nenhum livro didático.
O
nome disso é o que? DESONESTIDADE ACADÊMICA. Mas “a desonestidade
intelectual faz parte da história da civilização – da parte ruim. Apontá-la é,
entendo, uma premissa civilizatória”.[7]
É
o que este blogueiro faz aqui: denunciar desonestidade acadêmica dos darwinistas
fundamentalistas, pós-modernos, chiques e perfumados a la Dawkins é uma premissa, não de fundamentalismo, mas de
civilização!
Referências:
1.
George M. Whitesides, “Revolutions in Chemistry”, Chemical and Engineering News 85 (26/3/07), p. 12-17.
2.
Citado em “Lynn Margulis: Q + A”, Discover
Magazine (Abr. 2011), p. 68.
3.
Darry Madden, “UMass Scientist to Lead Debate on Evolutionary Theory”,
Brattleboro Reformer (3/2/06).
4.
Scott Gilbert, Stuart Newman e Graham Budd, citados em John Whitfield, “Biological
theory: Postmodern evolution?”, Nature
455: 281–284 (17/9/08).
5.
Eugene V. Koonin, “The Origin at 150: Is a new evolutionary synthesis in sight?”,
Trends in Genetics 25(11): 473-475
(2009).
6.
Elie Dolgin, “Rewriting Evolution”, Nature
486: 460–462 (28/6/12).
7.
Reinaldo Azevedo, “A incrível entrevista de um ministro”.