Tometes camunani |
O
pesquisador Marcelo Andrade, da Universidade Federal do Pará em Belém,
documentou um novo tipo de piranha que não come carne: ao contrário das
variedades mais comuns do peixe, conhecidas pela voracidade nos rios, o animal
descrito pelo engenheiro de pesca se alimenta apenas de ervas aquáticas. Batizada
de Tometes camunani, a espécie
não é a única piranha herbívora do mundo: existem outros quatro tipos, sendo
três no Brasil e um entre Suriname e Guiana, que são vegetarianas. Outras
piranhas também podem, por falta de alimento, completar sua dieta com plantas -
mas isto não é um comportamento comum nos animais que são estritamente
carnívoros. Por isso, a descoberta de Andrade, publicada em artigo da revista
científica Neotropical Ichthyology em
junho de 2013, é apontada pela ONG ambiental WWF como uma das mais relevantes
do ecossistema amazônico nos últimos quatro anos.
O
peixe foi identificado no rio Trombetas, oeste do Pará, em 2008. “A espécie foi
encontrada durante as coletas realizadas no rio Trombetas num estudo destinado
a catalogar as espécies de peixes do rio. Quando os exemplares foram
identificados constatamos que uma em especial, uma piranha herbívora, não se
enquadrava taxonomicamente com nenhuma já reconhecida pela ciência”, disse o
engenheiro.
Porém, o processo de descrição da espécie, para confirmar que se trata de um animal novo, é demorado. Os cientistas precisam comparar amostras para se certificar que o animal ainda não havia sido catalogado. “A partir disso, esses exemplares foram comparados com exemplares de espécies de outras regiões da Amazônia, e pudemos então comprovar que se tratava de uma nova espécie do gênero Tometes.”
Segundo o engenheiro, apesar de ser novidade para os cientistas, o animal já era conhecido pelos índios Wai-Wai, que vivem na região do alto rio Trombetas. “Os indígenas conhecem a espécie como “camunani” mesmo, o chamam assim devido a capturar sob a árvore do camu-camu, planta típica de ambientes encachoeirados, assim com o peixe”, afirma. [...]
Porém, o processo de descrição da espécie, para confirmar que se trata de um animal novo, é demorado. Os cientistas precisam comparar amostras para se certificar que o animal ainda não havia sido catalogado. “A partir disso, esses exemplares foram comparados com exemplares de espécies de outras regiões da Amazônia, e pudemos então comprovar que se tratava de uma nova espécie do gênero Tometes.”
Segundo o engenheiro, apesar de ser novidade para os cientistas, o animal já era conhecido pelos índios Wai-Wai, que vivem na região do alto rio Trombetas. “Os indígenas conhecem a espécie como “camunani” mesmo, o chamam assim devido a capturar sob a árvore do camu-camu, planta típica de ambientes encachoeirados, assim com o peixe”, afirma. [...]
Nota:
Seria uma nova espécie ou um “resquício” da condição original de todos os seres
vivos? [MB]