quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Manual do sexo casual para evitar a “ressaca moral”

Veja só o tipo de conselho que a mídia dá na época da festa da carne: “Nos dias de carnaval, tem muito folião que resolve curtir as festas ao máximo, o que também pode incluir envolvimento com mais pessoas do que o habitual ou com quem não se tem muita intimidade (talvez, nenhuma). Por isso, é importante ter algumas informações em mente antes de topar o sexo casual. Para quem procura se divertir e não deseja ter dor de cabeça nem ressaca moral depois de prolongar a folia na cama, o UOL Comportamento procurou especialistas em relacionamento que disseram o que os amantes precisam saber para curtir as festas.”

O psicólogo Thiago Almeida e a terapeuta Juliana Bonetti elaboraram as “Etiquetas e cuidados do sexo casual”, que são os seguintes, resumidamente: (1) não cobre [ou seja, faça sexo e suma]; (2) escolha bem [isso é possível numa relação que pode durar apenas algumas horas, quando muito?]; (3) tenha certeza [é possível ter certeza sem saber se está cedendo à pressão do grupo – todo mundo faz – ou aos modismos libertinos promovidos pela mídia?]; (4) estabeleça limites [que limites, já que o sexo é o ponto de partida e de chegada?]; (5) proteja-se [a camisinha protege contra a “ressaca moral” e os efeitos emocionais do sexo sem compromisso e sem romantismo?].

A matéria (com cara de grande prestação de serviço ao público) termina assim: “Se você topou encarar uma relação em que o sexo está em primeiro plano, não crie expectativas de que o enlace vai dar em algo sério e não faça cobranças. Como explica o psicólogo Thiago Almeida, ‘o sexo casual é um test-drive [sexo agora virou ato tão mecânico quanto testar um carro!] da parceria, sem compromisso, um passo além do ficar’. Para ele, a prática é o ‘carpe diem dos relacionamentos amorosos’. Ele diz que quem busca sexo casual deve entrar na relação ciente de que, nesse caso, o importante é o prazer imediato, sem pensar no futuro [e disso que o diabo gosta! O hedonismo levado às últimas consequências; a irresponsabilidade total do prazer pelo prazer]. ‘O sexo casual é bom quando as duas pessoas concordam que a relação é momentânea’ [isso não existe; clique aqui para saber por quê]. E lembre-se: frequentemente, homens se tornam românticos quanto têm interesse sexual em uma mulher, o que não significa que esteja envolvido emocionalmente.”

Opa! Finalmente um conselho/advertência que presta: se os homens se tornam românticos para conseguir sexo, a melhor garantia de que esse romantismo não seja mesmo o equivalente do mau-caratismo e do interesse egoísta consiste em resguardar o sexo para uma relação em que estejam envolvidos o compromisso e o amor verdadeiro. O homem que está disposto a investir numa relação assim séria; que deseja ser fiel a uma mulher e fazê-la feliz; que deseja dar prazer unicamente à sua amada; esse certamente merece a entrega pós-matrimônio que deve caracterizar a verdadeira relação entre um homem e uma mulher comprometidos um com o outro. Qualquer coisa diferente disso (por mais que se queira ignorar os fatos) leva a sofrimento e frustração. Se duvida, pergunte para os foliões incorrigíveis daqui a algumas décadas de pura farra.[MB]


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