Sabemos
que a comemoração do Natal foi estabelecida no quarto século, em substituição
do Dies Natalis Solis Invicti.
Portanto, para nós, que conhecemos a Bíblia e a História, essa data não tem um
sentido religioso ou litúrgico, como outros grupos a encaram. Contudo, ela tem
um sentido social e pode ser aproveitada para o bem, sim. Além de ser um ponto
de contato e uma oportunidade de testemunho, não faz o menor sentido nos
fecharmos num casulo e apontarmos o dedo contra o mundo desnecessariamente.
Cheira a fanatismo. Em vez de anular o Natal, podemos aproveitá-lo como uma
oportunidade de fazer as pessoas pensarem em Cristo, em vez de em Papai Noel,
presentes e comida.
Outro
ponto: a ligação entre Asera e a árvore de Natal é um absurdo digno de Dan Brown, que ligou absurdamente Jesus à dinastia
merovíngia, na França. Infelizmente, hoje na internet encontramos muitos pseudoespecialistas que produzem verdadeiros
Frankensteins históricos e religiosos, ligando coisas que não têm absolutamente
nada a ver. A ênfase nos Profetas não era à adoração a uma árvore, mas debaixo
de uma árvore. Em grande parte, porque árvores também eram formas de abrigo,
tanto que a juíza Débora atendia debaixo de uma árvore (Jz 4:5). Ainda hoje
existem igrejas inteiras que se reúnem debaixo de árvores na África,
simplesmente porque não têm um teto. O problema não era a árvore nem estar
debaixo dela, mas o que eles faziam ali – adorar a Asera e a uma multidão de
deuses.
Ao
longo da história religiosa, encontramos símbolos e costumes que adquiriram
novos significados como, por exemplo, a circuncisão. Ela já existia entre povos
gentios, mas Deus a tomou e deu um novo significado para a descendência de
Abraão. Da mesma forma, por mais que o Natal tenha tido essa origem indigna,
adquiriu novo significado com o tempo, e o bom senso cristão nos ajuda a usar
essa data para o bem.
É
lógico que podemos errar, se nos rendermos ao Natal que o mundo comemora,
ficando com a festa e deixando Cristo de lado. Mas podemos, sim, aproveitá-la
para o bem no lar, unindo a família e levando amor aos desvalidos.
(Diogo Cavalcanti,
pastor, jornalista e editor na Casa Publicadora Brasileira)
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