quarta-feira, abril 11, 2012

Grupo de acadêmicos repudia divulgação criacionista

Leia a correspondência enviada por um grupo de acadêmicos ao presidente da ABC, em 6/3/2012: “O grupo de membros da Academia Brasileira de Ciências signatário desta correspondência, atuantes na área de Genética, manifesta a sua preocupação com a tentativa de popularização de ideias retrógradas que afrontam o método científico, fundamentadas no criacionismo, também chamado como ‘design inteligente’. Na qualidade de militantes da área de Genética no Brasil, vários de nós tendo passado por cargos na Sociedade Brasileira de Genética ou como membros de Comitês Assessores da área nas agências de fomento, sentimo-nos afrontados pela divulgação de conceitos sem fundamentação científica por pesquisadores de reconhecido saber em outras áreas da Ciência.”

Atenciosamente,

Carlos F. M. Menck, Catarina Satie Takahashi, Darcy Fontoura de Almeida, Fausto Foresti, Francisco Mauro Salzano, Guilherme Kurtz, Henrique Krieger, Horacio Schneider, Mara Hutz, Paula Schneider, Roberto Giugliani, Samuel Goldenberg, Sergio Olavo Pinto da Costa, Sergio Pena e Vera Valente Gaiesky


Nota do coordenador do Núcleo Brasileiro de Design Inteligente: “A carta mostrando preocupação e o ‘sentir-se afrontados’ desses acadêmicos em relação ao avanço da teoria do Design Inteligente (TDI) entre outros membros da Academia Brasileira de Ciências traduz muito bem o conceito de jus sperniandi – o direito de ter e sentir raiva. Mas acho que o teor da carta traduz melhor o conceito argumentum ad verecundiam – apelo à autoridade. Embora vários especialistas de renome (destaco Francisco Salzano e Sergio Pena) tenham assinado a carta, o apelo à autoridade deles aqui é impróprio, pois não há acordo entre outros peritos internacionais do campo em questão sobre a genética corroborar aspectos fundamentais da teoria da evolução de Darwin no contexto de justificação teórica. Ex.: ancestralidade comum. Nada mais falso querer imputar aos teóricos e proponentes da teoria do Design Inteligente que nossos esforços de colocar a TDI na mesa do debate acadêmico – mostrar sua plausibilidade científica – seja uma ‘tentativa de popularização de ideias retrógradas que afrontam o método científico’. A biologia do século 21 é uma ciência de informação, e a TDI tem no seu corpus teórico a ideia de informação complexa especificada como um sinal de inteligência que pode ser detectado na natureza (a linguagem digital do DNA). Os assinantes dessa carta mostraram profunda ignorância sobre o que é método científico. Não existe método científico, existem métodos científicos, pois são várias as ciências, cada uma com o seu modo heurístico. Além dessa ignorância, infantil diga-se de passagem, mais ignorância ainda revelaram sobre o fato de o mesmo método científico adotado por Darwin no Origem das Espécies – histórico de longo alcance – também é o método adotado pela TDI. Deram um tirinho de espingarda na TDI e um de canhão em Darwin! Esses cientistas ficaram afrontados porque um membro da Academia Brasileira de Ciências (não mencionado, mas eles sabem e nós também sabemos de quem estão falando) divulga conceitos sem fundamentação científica. Os conceitos em questão são complexidade irredutível de sistemas biológicos – o famoso flagelo bacteriano e a informação complexa especificada. Esses conceitos têm fundamentação científica. Eles deveriam ficar afrontados e abespinhados com a linha de raciocínio dessa carta ad baculum – tentativa de intimidar e silenciar outros cientistas da ABC simpáticos à TDI, pois, segundo Popper, uma teoria é considerada científica se suas proposições podem ser falseadas. E é o que mais os cientistas evolucionistas estão fazendo neste exato momento: tentar falsificar as teses científicas da TDI. Eles disseram na carta, sem o saber, é claro, que esses cientistas estão correndo atrás do vento tentando falsificar conceitos sem fundamentação científica. Pano rápido, se esses cientistas representam a nata da ciência brasileira, pobre ciência tupiniquim!”