terça-feira, outubro 29, 2013

Quando evolucionismo e espiritismo convergem

Charles Darwin e Allan Kardec
Sempre tenho dito que evolucionismo e espiritismo têm tudo a ver, afinal, ambos pregam que o ser humano está fadado a evoluir (biológica ou espiritualmente) e ambos dispensam a redenção, pois a história da criação em Gênesis é considerada um mito e, portanto, pecado não existe (leia mais aqui). Recentemente, o jornal Minuano publicou um texto de José Artur M. Maruri dos Santos, colaborador da União Espírita Bageense, que confirma “minha tese” de que espíritas são evolucionistas teístas e ambas as ideias, de fato, convergem em certos aspectos. Segundo Artur, “as questões colocadas pelas teorias evolucionista e criacionista também foram objeto de estudo de Allan Kardec. E suas dúvidas foram levadas aos Espíritos [a letra maiúscula em ‘espíritos’ está lá no texto dele], o que pode ser acompanhado na obra O Livro dos Espíritos”.

E o texto continua: “Kardec explica na questão 37 de O Livro dos Espíritos que ‘diz-nos a razão não ser possível que o Universo se tenha feito a si mesmo e que, não podendo também ser obra do acaso, há de ser obra de Deus’. Nessa linha, os Espíritos relatam nas questões seguintes, 43 e 44, que ‘no começo tudo era caos, os elementos estavam em confusão. Pouco a pouco cada coisa tomou o seu lugar. Apareceram então os seres vivos apropriados ao estado do globo, pois a Terra lhes continha os germens que aguardavam momento favorável para se desenvolverem. Os princípios orgânicos se congregaram, desde que cessou a atuação da força que os mantinha afastados, e formaram os germens de todos os seres vivos. [...] Os germens estavam em estado latente’.

“Mas de onde vieram tais germens?” – pergunta Artur – “Segundo a mesma plêiade de Espíritos Iluminados, respondendo à questão 45, eles achavam-se em estado de fluido no Espaço, no meio dos Espíritos, ou em outros planetas, à espera da criação da Terra para começarem existência nova em novo globo. Deve ser ressalvado que as respostas dadas pelos Espíritos já datam de mais um século e meio! [Note como os espíritas ajudam a respaldar, também, a teoria da panspermia cósmica.]

Segundo a escritora Ellen White, no livro O Grande Conflito, os dois grandes enganos que tomarão conta da humanidade são a observância do domingo como suposto dia de descanso e a suposta imortalidade da alma. E evolucionismo e o espiritismo de mãos dadas ajudam a promover de uma vez só ambos os erros. Se a história da criação segundo a Bíblia fosse um mito, de fato, a observância do sábado como memorial dessa criação não faria sentido. Mas, conforme indica um estudo atento da Bíblia, todos os patriarcas, os profetas, Jesus e Seus seguidores próximos guardaram o sábado e creram na literalidade/historicidade de eventos como a criação e o dilúvio e de personagens como Adão, Eva e Noé.

De modo semelhante, se o relato dos primeiros capítulos da Bíblia não é histórico, a mentira original do inimigo de Deus (“certamente não morrereis”) está num contexto mítico e não precisa ser levada a sério. Daí a ideia de que os seres humanos são inerentemente imortais, independentemente de Deus, aquele que unicamente lhes pode conceder a imortalidade.

Creio que você já deve ter percebido que, aos poucos, o mundo vai se polarizando entre aqueles que, de um lado, creem em doutrinas humanas (ou “espíritas”), filosofias e ideologias e, de outro, aqueles que sustentam a credibilidade bíblica e se pautam pela Palavra de Deus. De que lado você quer estar? [MB]