Com o casal Jorge e Ide Malty |
Na
última sexta-feira, tive o privilégio de conhecer o pracinha (ex-combatente
brasileiro na Segunda Guerra Mundial) Jorge Levy Malty, um simpático senhor de
92 anos, perfeitamente lúcido e bem saudável. Fui até a casa dele, em Gaspar
(perto de Blumenau, SC), e passei quase duas horas ouvindo as histórias dele. Malty
nasceu em 1923, no município de São José, SC. Passou a infância no bairro Estreito
e, como o pai (um dos fundadores da Igreja Adventista Central de
Florianópolis), trabalhou nos Correios. Com 18 anos, ele decidiu participar de
um concurso para um cargo melhor na empresa, mas precisava da carteira de
reservista. Foi até o batalhão, alistou-se e não voltou mais para casa. Era o
ano de 1942 e o Brasil havia declarado guerra contra a Alemanha, devido aos
ataques injustificados de submarinos alemães contra barcos comerciais
brasileiros. Malty ficou um ano e quatro meses na Itália, e participou de
muitas batalhas, inclusive da famosa batalha de Monte Castelo. Praticamente
perdeu a fé que havia tido na infância e na juventude. “A guerra embrutece”,
disse-me ele. A única lembrança da experiência com Deus que ele havia tido se
resumia a uma Bíblia que a mãe havia colocado entre seus pertences e às poucas
orações que ele fazia pedindo para não morrer.
Quando
voltou da guerra, Malty começou outra batalha, dessa vez contra os vícios do
álcool e do cigarro, e contra os pesadelos e os muitos traumas que passou a
carregar e que o atormentaram por vários anos. Longe de Deus, a vida começou
a mudar mesmo com o nascimento do filho Jorge Malty Júnior. Maltynho não tinha
um rim e sofreu com insuficiência renal por muito tempo. Foi ele que começou a
levar a família de volta para Deus e para a religião dos avós. Com 16 anos,
Maltynho faleceu com a certeza de que iria se encontrar com seu Salvador. E sua
vida tocou a do pai. Malty, o soldado cansado, entendeu que somente em Deus
encontraria paz. E na década de 1980, pediu para ser batizado. Os pesadelos
nunca mais o atormentaram e ele sentiu o poder curador do perdão de Deus. De lá
para cá, leu a Bíblia mais de 40 vezes, e seu maior sonho é poder um dia
colocar aos pés de Jesus todas as medalhas que ganhou como soldado na Segunda
Guerra Mundial.
A
história de Jorge Levy Malty (que é irmão do criador da revista Nosso Amiguinho) tem muitos outros
detalhes interessantes. É uma verdadeira inspiração e rende, sem dúvida, um bom livro.
Dei-me conta de que havia arranjado mais trabalho para as férias (rsrs).
Ontem,
meu sogro me convidou para visitar um policial militar aposentado que mora no
mesmo bairro dele, a Barra do Aririú, em Palhoça. Fomos até a casa do senhor
João e pude ouvir parte da história dele. Depois de viver distante de qualquer
religião, ele começou uma busca pelo caminho de Deus. Visitou algumas igrejas. Leu
alguma coisa. Mas ficou feliz mesmo foi de ouvir os sermões do Pr. Luís Gonçalves
e outros pregadores adventistas, na rádio Novo Tempo. Identificou-se com a
mensagem adventista e nos disse que “essa igreja ensina o que está na Bíblia”,
o que, para ele, é o mais importante. Foi então que decidiu pedir uma visita ao
meu sogro. Na casa dele, oramos pela família e o convidei para ir à igreja adventista do
bairro, no culto daquela noite. Ele aceitou de pronto. Às 20h, ele estava lá,
sentado com a esposa e a filhinha. No início do sermão, contei rapidamente a
história do Sr. Malty, sabendo que João se identificaria com o soldado de Gaspar, pois também
está em busca de paz. No fim do culto, fiz um apelo e João foi à frente, com a
família. Ele vai começar um estudo bíblico com meu sogro.
A
história do Sr. Malty e do Sr. João, ambos militares aposentados que carregam
cicatrizes das batalhas que enfrentaram, me mostra que nunca é tarde para
alguém entregar a vida a Deus, Aquele que é capaz de curar as feridas da vida e
trazer a verdadeira paz.
Você
já conhece esse Deus?
Michelson Borges