terça-feira, dezembro 30, 2014

O relativismo pós-moderno é antibíblico?

Contradição?
“A pós-modernidade provocou a maior mudança de paradigma nos estudos filosóficos desde que Sócrates, Platão e Aristóteles definiram a estrutura básica e o rumo da filosofia e da ciência ocidentais. Em tempos pós-modernos, o conhecimento e a verdade se tornaram relativos às condições históricas e culturais do sujeito cognoscente [isto é, aquele que conhece]. A ‘razão hermenêutica’ pós-moderna [ou seja, ‘conhecer é interpretar’] substitui o ‘fundacionalismo epistemológico’ dos tempos clássicos e modernos. A mudança epistemológica [isto é, na compreensão sobre o conhecimento] implica em que a verdade muda com o tempo. Não podemos mais falar em verdade ‘absoluta’ e ‘eterna’. A verdade é relativa às nossas vidas histórica e culturalmente condicionadas. [...]

“Nestes tempos pós-modernos, podemos falar numa verdade teológica imutável e absoluta? [...] Neste artigo, apresento um caminho alternativo para defender tanto a mudança paradigmática da epistemologia pós-moderna quanto a verdade absoluta da teologia cristã. [...] Argumento que a teologia evangélica deve abandonar os fundacionalismos clássico e moderno e substitui-los pela compreensão pós-moderna da razão hermenêutica. [...] No entanto, proponho também que adotar a razão hermenêutica pós-moderna não contradiz a natureza absoluta da verdade do conhecimento teológico cristão, mas aprimora nossa capacidade de compreendê-lo e defendê-lo.”

Fernando Canale, Ph.D., professor emérito de Teologia e Filosofia na Universidade Andrews (EUA). Retirado de “Absolute Theological Truth in Postmodern Times”, Andrews University Seminary Studies, v. 45, n 1 (2007), p. 87, 88. Leia o artigo completo aqui. Para estudo adicional do tema, veja Fernando Canale, O princípio cognitivo da teologia cristã: um estudo hermenêutico sobre revelação e inspiração (Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2011), p. 71-84, 203-243; idem, Criação, evolução e teologia: uma introdução aos métodos científico e teológico (Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2014), p. 11-14, 37-45.