A divinização do homem |
Duas
matérias publicadas no site do jornal O
Globo mostram que, quando o assunto é zombar da religião ou banalizá-la,
não importa a orientação política, basta uma ou algumas pessoas com respeito
nenhum. A primeira notícia dá conta de um absurdo promovido na Venezuela: “A busca do chavismo pela
mitificação do ex-presidente morto Hugo Chávez continua a todo vapor na
Venezuela. Na segunda-feira, foi apresentada a versão partidária do Pai Nosso,
chamada ‘Oração do delegado’, que começa com a frase ‘Chávez nosso que estais
no céu’. A oração foi lida no fim da ‘1ª Oficina do Projeto de Sistema de
Formação Socialista’ do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), na
presença do presidente Nicolás Maduro, em um teatro de Caracas. Também
participaram da cerimônia ministros, governadores chavistas e outros
funcionários do governo.
“‘Chávez
nosso que estais no céu, na terra, no mar e em nós, delegados e delegadas.
Santificado seja teu nome. Venha a nós teu legado para levá-lo aos povos daqui
e de lá’, diz a primeira parte da oração lida pela delegada do partido María
Estrella Uribe. ‘Dai-nos hoje tua luz para que nos guie a cada dia e não nos
deixes cair na tentação do capitalismo, mas livrai-nos da maldade da
oligarquia, do crime do contrabando. Porque nossa é a pátria, pelos séculos e
séculos. Amém. Viva Chávez’, termina a oração.
“Além
da oração, cantores e poetas dedicaram suas obras a Chávez e à chamada
revolução bolivariana. Em seu discurso, Maduro afirmou que a revolução
encontra-se em uma fase que ‘exige cada vez mais a formação de valores’ e que
se deve seguir os valores de Chávez.”
Nota:
Maduro e os chavistas estão fazendo algo parecido com o que outros fizeram na
Rússia comunista, ao divinizarem líderes como Lênin e Stalin. Substituíram Deus
por seres humanos e pudemos ver uma nação mergulhada no ateísmo, na opressão e
na perseguição daqueles que ousavam ainda crer no Criador, não na criatura. O
projeto comunista (do qual poucos se beneficiaram, na verdade) foi um fracasso.
Mas parece que certos líderes venezuelanos não aprenderam a lição. [MB]
Chamariz para os cristãos "meia boca" |
A
outra notícia vem dos Estados Unidos e é simplesmente insólita, revelando a que ponto pode
chegar o capitalismo e o desejo de misturá-lo com uma fé que morre a cada dia. “A
redução no número de frequentadores em igrejas é uma realidade nos EUA, e, para
tentar atrair mais público, uma campanha de financiamento coletivo pretende
atrair mais fiéis oferecendo hambúrgueres com fritas. O projeto McMissa
(McMass, em inglês) quer levantar US$ 1 milhão em contribuições pelo site
Indiegogo para bancar a abertura de uma filial do McDonald’s em uma igreja. ‘Combinando
uma igreja com o McDonald’s nós podemos criar uma igreja popular,
autossustentável e engajada com a comunidade’, diz o texto de apresentação do
projeto, liderado por Paul Di Lucca, que trabalha na agência Lux Dei,
especializada em criação de marcas para igrejas.
“Segundo
o projeto, apenas nos EUA, cerca de 3 milhões de pessoas deixam de frequentar
igrejas por ano, e, em 2013, 10 mil paróquias fecharam as portas naquele país.
Por outro lado, o McDonald’s serve 70 milhões de refeições todos os dias,
atraindo 9 milhões de famílias aos restaurantes da rede. ‘O cristianismo é
incapaz de capturar públicos modernos’, disse Di Lucca, à emissora NBC. ‘Existe
uma falta de inovação e design thinking
nas comunidades paroquiais.’
“Segundo
Di Lucca, as igrejas são pontos ideais para a abertura de novas filiais da
marca, já que elas precisam de uma fonte de renda para se sustentarem, precisam
de público e possuem linda arquitetura e boa localização. ‘Esses atributos são
desperdiçados sem um público’, afirma Di Lucca. ‘Nós precisamos resolver esse
problema rapidamente ou as comunidades paroquiais como conhecemos vão deixar de
existir. É hora de as igrejas se unirem ao empreendedorismo.’”
Nota:
Di Lucca está redondamente errado. Não faltam inovação e design thinking nas comunidades paroquiais apontadas por ele. Falta
é viver o verdadeiro cristianismo. Faltam é fé e compromisso com o evangelho.
As igrejas não precisam de comilões intemperantes. Precisam é de cristãos genuínos,
comprometidos com a missão de salvar os perdidos, não preocupados com um “bom
ambiente”, com entretenimento e com o paladar. A falta de fé e a banalização da
religião são, também, evidências proféticas que apontam para a brevidade do
fim. Graças a Deus! [MB]