sexta-feira, janeiro 29, 2016

Ciência e fé se encontram

Abertura do Encontro de Criacionistas
Cientistas, professores e teólogos se reúnem em São Paulo para apresentar pesquisas e evidências que confirmam o relato bíblico das origens

O Núcleo de Estudo das Origens organizou entre os dias 21 e 24 de janeiro o 8º Encontro Nacional de Criacionistas. O evento é realizado a cada três anos no Unasp, campus São Paulo, e atrai cientistas, professores, pastores e outros interessados de todo o país. Com o tema “A Complexidade do Mundo Vivo e as Digitais do Criador”, o encontro atraiu mais de 350 participantes. Logo no início da programação, o Dr. James Gibson, diretor do Geoscience Research Institute (Instituto de Pesquisa em Geociência), destacou as diversas evidências de design inteligente que podem ser encontradas no Universo. Para ele, uma abordagem mais ampla do Universo, abrangendo tanto o macrocosmo (as galáxias e sistemas solares) quanto o microcosmo (partículas quânticas e o DNA), é a melhor estratégia para discutir as evidências de um Criador inteligente.

O próprio surgimento do Universo, a atuação de forças universais (como a entropia), a regulagem precisa de todos os parâmetros e propriedades matemáticas que governam a matéria, as características especiais que permitem a existência da vida no planeta e a complexidade da linguagem e dos processos genéticos, são elementos que constroem um argumento convincente para a existência de um Criador.

Para ele, as dificuldades enfrentadas pelos evolucionistas para explicar a origem da vida, a reprodução sexual, o surgimento de novos órgãos, ou as características que são tão peculiarmente humanas, como a autoconsciência, a moralidade, a religiosidade e a capacidade de planejar atividades futuras, apenas reforçam a improbabilidade de um processo natural ter produzido a vida e toda a sua variedade.

Entre os palestrantes nacionais, Tarcísio Vieira, biólogo e doutorando em Química, discutiu a inviabilidade de algumas propostas para a origem espontânea da vida mais comuns e presentes nos livros adotados em escolas e universidades no Brasil. Ele argumentou que, embora seja possível produzir aminoácidos espontaneamente, como foi demonstrado, por exemplo, nos experimentos de Stanley Miller, em 1952, a organização dessas moléculas em moléculas maiores, de importância biológica (biopolímeros), como proteínas e enzimas, é inviável do ponto de vista químico.

Como proposto por muitos simpatizantes da ideia de uma origem espontânea da vida, sob as condições certas, dado tempo suficiente, a vida poderia ter surgido a partir de compostos orgânicos, como aminoácidos e proteínas, formados em um ambiente primordial. No entanto, Tarcísio mostra que a mera possibilidade da formação espontânea de aminoácidos não deveria ser associada à ideia de um suposto surgimento espontâneo da vida.

Segundo ele, é fato que fenômenos naturais, como relâmpagos e raios, podem, sob certas condições, produzir aminoácidos. No entanto, ele explicou que as características químicas dessas moléculas e as reações necessárias para a formação de proteínas, tornam quimicamente inviáveis quaisquer reações de agrupamento espontâneo de aminoácidos visando à formação de biopolímeros de interesse biológico. “Contudo, todas essas restrições e obstáculos são superados no ambiente celular dos seres vivos de forma muito inteligente, revelando a existência de projeto e intencionalidade”, afirmou o pesquisador.

Outra restrição discutida por Vieira teve que ver com os longos períodos de tempo sugeridos para a hipotética geração espontânea da vida. De acordo com ele, o processo de formação de moléculas orgânicas encontradas no RNA é muito instável nas condições propostas para a suposta Terra pré-biótica. “Conforme o próprio Miller confessou mais tarde, adenina, citosina, guanina e uracila ‘não poderiam ter sido utilizadas no início da vida na Terra’”, ponderou. Portanto, afirmar que a vida é fruto do acaso, da mera ação das leis naturais, concluiu Tarcísio, “não está em acordo com o conhecimento químico, sendo, na verdade, crença e superstição”.

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