quinta-feira, janeiro 21, 2016

Em defesa da fé

Nas mãos de Deus
Goleiro que virou notícia nesta semana por decidir não treinar nem jogar aos sábados diz que não teme as consequências dessa escolha

Em treze anos de carreira no futebol profissional, Carlos Vítor da Costa Ressurreição nunca esteve tão exposto à mídia quanto nos últimos dias. Titular do Londrina Esporte Clube, o goleiro Vítor, como é mais conhecido, foi manchete nos principais sites, jornais e programas esportivos brasileiros depois de revelar que, por suas convicções religiosas, não iria treinar nem jogar aos sábados. “Durante todos esses anos de dedicação e trabalho no futebol, nunca tomei uma decisão que repercutiu tanto quanto agora. Uma simples decisão de obedecer a Deus ganhou uma enorme proporção”, disse o jogador ao comentar as notícias da semana.

Vítor foi batizado na Igreja Adventista do bairro Pituba, em Salvador (BA), no dia 27 de dezembro de 2015. Desde então, decidiu que sua nova fé determinaria os rumos de sua vida dentro e fora de campo. Essa convicção o levou a rejeitar a proposta de disputar a Série A do Campeonato Brasileiro pelo Chapecoense, ganhando duas vezes mais no clube catarinense do que ele recebe atualmente no Londrina Esporte Clube. Como noticiou o site do jornal Lance, as negociações não avançaram porque Vítor deixou claro que não poderia jogar nem treinar entre o pôr da sexta-feira e o de sábado.

Por causa do que considera um “impedimento” resultante de sua escolha religiosa, a direção do clube no qual Vítor atua também decidiu nesta quarta-feira, 20 de janeiro, que o contrato do jogador, que vence em maio, não será renovado.

Aos 29 anos, embora com um futuro incerto no futebol profissional, o goleiro permanece firme em sua decisão. 

[Clique aqui e leia a entrevista completa com o jogador.]


Interessante também o comentário de Ayrton Baptista Jr., em seu blog no Globo.com: “Não sou religioso, mas me emociono com a escolha de Vitor. O goleiro do Londrina não vai atuar em jogos da Série B às sextas e aos sábados por causa da religião: ele é adventista. Por conta da religião, Vitor não assinou contrato com a Chapecoense. A fé falou mais alto. Em um mundo cada vez mais capitalizado como o do futebol, Vitor fecha portas para outros, mas fica mais perto de si mesmo. Na vida é o que importa. E pelos tantos milagres que já fez pelo Londrina convém não desdenhar da fé de Vitor.”