quinta-feira, janeiro 28, 2016

Más escolhas podem afetar genética das próximas gerações

Estudos recentes sugerem que o comportamento e os maus hábitos de futuros pais e mães podem afetar a geração seguinte. Essa transferência de características adquiridas para os descendentes pode ser explicada pela epigenética – campo de estudo da genética que trata da variação de traços celulares e fisiológicos em decorrência da ação de fatores ambientais externos, capazes de ativar ou desativar a expressão de determinados genes. O assunto será tema da próxima edição da revista Vida e Saúde, editada pela Casa Publicadora Brasileira. Segundo o editorial, assinado pelo jornalista Michelson Borges, editor da publicação, “as más escolhas na vida já seriam suficientemente ruins se tivessem apenas consequências sobre nós mesmos, mas a coisa pode ser ainda pior”. 

Estudos apontam que algumas alterações epigenéticas podem permanecer no indivíduo por toda a vida, embora grande parte delas seja apagada quando os óvulos e o esperma são produzidos, para que o feto comece o seu desenvolvimento como uma folha em branco. Algumas dessas alterações, porém, acabam não sendo apagadas e podem ser transferidas para a próxima geração.

Uma pesquisa realizada na Dinamarca, por exemplo, sugere que o peso de um homem afeta as informações contidas nos espermatozoides, o que pode fazer com que os filhos tenham propensão à obesidade. O autor da pesquisa, Romain Barres, afirma que “quando uma mulher está grávida, precisa se cuidar. Mas, se as implicações do estudo forem comprovadas, as recomendações devem ser dirigidas aos homens também”. 

Assim, pode-se afirmar que parte dos fatores aos quais estamos expostos no dia a dia, tais como a dieta, a poluição atmosférica, o consumo de drogas e a exposição aos pesticidas e fungicidas podem promover alterações epigenéticas e consequentemente influenciar as gerações seguintes.

(Silaine Bohry, ASN)