quarta-feira, agosto 18, 2010

Estudo questiona teoria sobre evolução das estrelas

A descoberta de uma estrela de nêutrons com um forte campo magnético gerado pelo colapso de um astro com grande massa, que deveria ter criado um buraco negro, está intrigando os astrônomos, por questionar a teoria sobre a evolução das estrelas, segundo um trabalho publicado nesta quarta-feira (18) pela revista Astronomy and Astrophysics. Uma estrela de nêutrons, cuja densidade pode alcançar cem milhões de toneladas por centímetro cúbico, nasce do colapso de algumas estrelas de grande tamanho ao alcançar o fim de sua vida e as de maior massa engendram um buraco negro. Um magnetar, um tipo particular de estrela de nêutrons com campo magnético um bilhão de vezes maior que o da Terra, foi detectado no cúmulo estelar de Westerlund 1, a 16 mil anos-luz da Terra, graças ao VLT ("Telescópio Muito Grande", na sigla em inglês) instalado no Chile, segundo informações do ESO (Observatório Europeu Austral) em um comunicado.

Quanto mais maciça é uma estrela, mais curta é sua vida. As estrelas do cúmulo, todas relativamente jovens, têm a mesma idade, entre 3,5 e 5 milhões de anos, segundo as estimativas. A estrela que se transformou num magnetar teve vida mais curta que suas companheiras ainda "vivas", portanto "deve ter sido muito mais maciça", explica Simon Clark, da Open University (Reino Unido), chefe da equipe e coautor do artigo.

Depois de determinar, graças a seus movimentos, a massa de estrelas que evoluíram em par dentro do cúmulo, os astrônomos calcularam que o magnetar provinha de uma estrela tão maciça quanto 40 sóis juntos.

Segundo a teoria sobre a evolução das estrelas vigente até agora, esses astros luminosos cuja massa inicial está entre 10 e 25 massas solares formam estrelas de nêutrons, e os que têm massa superior a 25 massas solares devem produzir um buraco negro.

"Essas estrelas devem desprender-se de mais de nove décimos de sua massa antes de explodir em uma supernova, caso contrário formarão um buraco negro", afirma Ignacio Negueruela, da Universidade de Alicante (Espanha), que participou nas pesquisas.

A estrela que se converteu em magnetar pode ter possuído uma companheira estelar, que teria absorvido uma parte de sua matéria, em uma espécie de regime de emagrecimento gigantesco, o que explicaria o fato de não ter se convertido num buraco negro.

Mas os astrônomos se questionam: se uma estrela com mais de 40 massas solares consegue não evoluir até um buraco negro, qual é a massa da qual realmente necessita uma estrela para entrar em colapso e formar um buraco negro?

(Folha.com)

Nota: Pelo menos em astronomia o questionamento existe e a "blindagem" de certos modelos não é tão forte. Por que os biólogos, à semelhança dos astrônomos, não questionam a macroevolução darwinista quando se deparam com sistemas de complexidade irredutível na natureza? Ou quando percebem que informação complexa e específica simplesmente não aparece do nada? Ou quando se dão conta de que as mutações não são mecanismo apropriado para explicar o surgimento de novos planos corporais? Ou mesmo quando verificam que a complexidade está presente em toda a coluna geológica, marcada por elos ausentes, e "explode" inexplicavelmente no Cambriano? Por que os geólogos não admitem que os extratos plano-paralelos na coluna geológica sugerem formação rápida oriunda de uma tremenda catástrofe hídrica global? Acho que a "religião naturalista-darwinista" (obrigado, Hawking) é mais "fundamentalista" e "fanática" do que se pode pensar.[MB]

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