segunda-feira, agosto 02, 2010

“Infotenimento”: realidade e ficção

Em 17 de maio, foi comemorado o Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade da Informação. Apesar de a data ser desconhecida, os meios de comunicação de massa, objeto da comemoração, estão cada vez mais presentes e são influenciadores do nosso cotidiano. E não precisa ser acadêmico na área para perceber que, mais do que sociedade da informação, somos a sociedade do entretenimento, da busca pelo prazer. Informar e entreter, eis duas funções básicas da mídia. Tradicionalmente, ao jornalismo coube a função de noticiar e interpretar fatos, prestando assim um serviço à sociedade. E o entretenimento, por sua vez, ficava restrito aos outros gêneros midiáticos como as novelas, filmes e a ficção de modo geral. Porém, hoje, o que vemos é a fusão das duas vertentes: o “infotenimento”, neologismo resultante da junção das palavras informação e entretenimento. O modelo adotado por muitos veículos de comunicação no fim do século 20, vem ganhando força, espaço e audiência, sem restrição de formas e conteúdo.

O problema, a meu ver, é que a linha que separa a realidade da ficção é muito tênue. Prova disso, é que os telejornais, por exemplo, pautam o entretenimento, ao fazer das celebridades e programas do gênero, notícias de destaque. Por outro lado, as telenovelas pautam suas tramas com temas de “responsabilidade social” a fim de ganhar notoriedade nos veículos que vivem do “infotenimento”.

Ao expor o descaso com os portadores de deficiência física e trabalhar com a temática de superação pessoal, uma telenovela se torna fonte para grandes reportagens a despeito de fazer apologia ao adultério, à prostituição, à mentira e à violência, temas recorrentes na telinha. Assim, em nome da prestação de serviço público, celebridades se tornam modelos de conduta, sem nenhum julgamento crítico da parte do público.

Para mim, o “infotenimento” tem implicações espirituais. A antiga serpente do Éden não tem hesitado em usar essa linguagem com nova roupagem de sua milenar estratégia: misturar de forma atrativa a verdade com o erro. Ao promover um sincretismo maldirecionado da ficção com a realidade, a serpente pretende baixar nossa guarda para suas mentiras politicamente corretas.

Se por um lado o inimigo de Deus tem iludido milhões com essa técnica midiática, é verdade também que muitos têm buscado algo além do sensacionalismo e futilidades veiculados; estão em busca do sentimento real para a vida. Por meio de mídias alternativas, como as emissoras de rádio e TV, revistas, sites e blogs verdadeiramente cristãos, eles têm encontrado exemplos de conduta, prazer e felicidade baseados na mais confiável fonte de informação: a Bíblia. Por isso, o que temos diante de nós é uma oportunidade singular de assistir, compartilhar e divulgar aquilo que faz diferença.

(Ana Paula Ramos, assessora de imprensa da Igreja Adventista, em Campinas, SP)