O
Google X, laboratório secreto comandado pelo fundador do Google Sergey Brin, é
conhecido por desenvolver carros sem motorista e óculos de realidade aumentada. Agora,
vem à tona outro dos projetos mirabolantes de Brin e sua turma. Eles montaram
uma rede de mil computadores,
totalizando 16 mil núcleos de processamento, para simular o cérebro humano.
E a primeira tarefa dessa rede neural foi identificar gatinhos em vídeos do
YouTube. O experimento foi primeiro revelado pelo jornal New York Times. Mas o trabalho pode ser conhecido em detalhes por
meio de um artigo acadêmico disponível no site da universidade de Cornell. Trata-se
da maior rede neural já construída. O desafio era criar um sistema capaz de
aprender a identificar imagens sem que fosse necessário ensinar a ele os
critérios exatos para essa identificação.
O
sistema processou 10 milhões de imagens obtidas de cenas escolhidas
aleatoriamente em vídeos do YouTube. Ele mostrou-se capaz de determinar quais
delas continham gatos e outros objetos. O mais interessante é que a rede
aprendeu sozinha como reconhecê-los. “Nunca dissemos ao sistema, durante o
treinamento, ‘isto é um gato’”, disse ao New
York Times Jeff Dean, um dos responsáveis pelo experimento.
Trata-se
de uma abordagem de força bruta. O enorme poder computacional foi empregado
para permitir que, apenas analisando as imagens, os computadores aprendessem a
classificá-las em função dos objetos, pessoas e animais contidos nelas.
A
turma do Google X encarregou o sistema de identificar 20 mil categorias
diferentes de objetos. As imagens não continham rótulos e nem legendas
indicando seu conteúdo. O índice de
acertos foi de 16%, o que representa uma melhora de 70% em relação a
resultados obtidos anteriormente em experimentos similares.
A
rede neural do Google X comprova que, com recursos computacionais suficientes,
as máquinas podem aprender sozinhas. As aplicações práticas disso podem ser
muitas, incluindo áreas como reconhecimento de voz e tradução. É uma tecnologia
que vai se tornar muito mais atraente quando a evolução tecnológica permitir
colocar o poder daqueles 16 mil núcleos de processamento em alguns poucos
chips.
(Info)
Nota:
Usando a melhor tecnologia disponível hoje, os pesquisadores conseguiram
simular apenas uma função do cérebro humano
(reconhecimento de formas), com um índice de acerto de apenas 16%. Como se pode
ver, estão muito longe de imitar a eficiência do mais complexo pedaço de
matéria (com apenas 1,5 kg) do Universo. De qualquer forma, essa pesquisa
mostra que, mesmo para imitar de
longe um órgão humano, é preciso muito design
inteligente.[MB]