Evidências "contam outra história" |
Uma
equipe de astrofísicos liderada por Eric Lerner, do centro de pesquisa
Lawrenceville Plasma Physics (EUA), diz ter encontrado novas evidências, com
base em medidas detalhadas do tamanho e brilho de centenas de galáxias, de que
o Universo não está em expansão como se pensava anteriormente. O Prêmio Nobel
de Física de 2011 foi atribuído conjuntamente a três cientistas que descobriram
que a expansão do Universo está acontecendo de maneira acelerada. Os físicos
Saul Perlmutter, Brian Schmidt e Adam Riess chegaram a essa conclusão estudando
as supernovas do tipo Ia – as violentas explosões resultantes da morte [sic] de
estrelas anãs brancas. Eles mediram a maneira como a luz de supernovas Ia se
distorciam para ver a rapidez com que as galáxias estão se afastando umas das
outras, ou seja, o quão rápido o Universo está se expandindo. A partir da
análise, foi concluído que todas as estrelas, galáxias e aglomerados de
galáxias estão se movendo cada vez mais rapidamente.
Outras
medidas de galáxias brilhantes e distantes, como as feitas por cientistas da
Universidade de Tóquio, no Japão, através de lentes gravitacionais, também
indicaram que o Universo estava “crescendo” como um balão gigante.
Também
surgiram teorias um pouco diferentes que diziam que o Universo não estava
expandindo, mas, sim, ganhando massa.
Agora,
um novo estudo entra na contramão de todas essas hipóteses dizendo que a
expansão do universo simplesmente não existe. Os cientistas testaram uma das
previsões marcantes da teoria do Big Bang, de que a geometria comum não
funciona em grandes distâncias. Segundo a geometria comum, no espaço que nos rodeia
(na Terra, no sistema solar e na Via Láctea), conforme objetos semelhantes
estão mais longe, parecem mais fracos e menores. O seu brilho de superfície,
que é o brilho por unidade de área, mantém-se constante. Em contraste, a teoria
do Big Bang nos diz que, em um universo em expansão, objetos mais distantes
devem parecer mais fracos, só que maiores. Nessa teoria, o brilho da superfície
diminui com a distância. Além disso, a luz é esticada conforme o Universo é
expandido, o que diminui ainda mais o brilho.
Assim,
em um universo em expansão, galáxias mais distantes devem ser centenas de vezes
mais fracas do que o brilho da superfície de galáxias próximas semelhantes, o
que as tornaria indetectáveis com os telescópios atuais. E não é isso que as
observações mostram.
No
novo estudo, os pesquisadores cuidadosamente compararam o tamanho e o brilho de
cerca de mil galáxias próximas e muito distantes. Eles escolheram as galáxias
espirais mais luminosas para as comparações, combinando a luminosidade média
das amostras próximas e distantes. Ao contrário do que a previsão dita, eles
descobriram que o brilho da superfície das galáxias próximas e distantes é idêntico.
Esses resultados são consistentes com o que seria esperado da geometria normal
se o Universo não estivesse se expandindo. Ou seja, os resultados estão em
contradição com o escurecimento drástico do brilho superficial previsto pela
hipótese do Universo em expansão.
“Claro,
você pode supor que as galáxias distantes eram muito menores e, portanto,
tinham centenas de vezes mais brilho de superfície intrínseco no passado, e
que, apenas por coincidência, o escurecimento do Big Bang cancela exatamente
esse maior brilho em todas as distâncias para produzir a ilusão de um brilho
constante, mas isso seria uma grande coincidência”, explica Lerner.
Esse
não foi o único resultado surpreendente da pesquisa. Para aplicar o teste de
brilho de superfície, proposto pela primeira vez em 1930 pelo físico Richard C.
Tolman, a equipe teve que determinar a luminosidade real das galáxias, de modo
a corresponder galáxias próximas e distantes. Para isso, os astrofísicos
vincularam a distância das galáxias ao seu redshift
(desvio para o vermelho, que corresponde a uma alteração na forma como a
frequência das ondas de luz é observada no espectroscópio em função da
velocidade relativa entre a fonte emissora e o receptor observador).
Eles
partiram do pressuposto de que a distância é proporcional ao desvio para o
vermelho em todas as distâncias, tal como foi verificado no universo próximo. Em
seguida, os pesquisadores checaram essa relação entre redshift e distância com os dados do brilho de supernovas que foram
usados para medir a hipótese da expansão acelerada do Universo.
“É
surpreendente que as previsões dessa fórmula simples são tão boas quanto as
previsões da teoria do Universo em expansão, que incluem correções complexas
para a matéria escura e a energia escura hipotéticas”, disse um dos coautores
do estudo, Dr. Renato Falomo, do Observatório Astronômico de Padova, na Itália.
O
Dr. Riccardo Scarpa do Instituto de Astrofísica de Canarias, na Espanha, outro
coautor do estudo, acrescentou: “Mais uma vez você pode pensar nisso como mera
coincidência, mas seria uma segunda grande coincidência.”
Se
o Universo não está se expandindo, o desvio para o vermelho da luz com o
aumento da distância deve ser causado por algum outro fenômeno – algo que
acontece com a própria luz que viaja através do espaço. “No momento, não
estamos especulando sobre o que poderia causar esse desvio”, afirma Lerner. “No
entanto, tal desvio para o vermelho, o qual não está associado com a expansão,
pode ser observado com a sonda adequada dentro do nosso sistema solar no futuro.”
O
novo estudo foi publicado na revista International
Journal of Modern Physics D.
Nota:
É interessante notar como certas “certezas” científicas podem ser cientificamente
refutadas ou, pelo menos, confrontadas. Grande parte da comunidade científica e
da mídia em geral trabalha com a hipótese do Universo inflacionário há algum
tempo, e, na mente de alguns, isso já era tido como uma espécie de certeza
científica. Mas não é. Assim como algumas outras “certezas” também não são (a
macroevolução, por exemplo). Só que parece muito mais fácil desafiar paradigmas
cósmicos do que biológicos, pois os primeiros não interferem muito nas posições
filosóficas dos cientistas. Eles podem continuar crendo no naturalismo,
independentemente de o Universo estar ou não se expandindo. De minha parte,
continuo acreditando que o desvio para o vermelho se deve não à expansão, mas à
movimentação orbital/circular do Universo, cujo centro de gravidade é o trono
de Deus (fundamento essa opinião na Revelação, não em evidências científicas,
evidentemente). Nosso ponto de observação aqui na Terra, dentro da Via Láctea,
não é assim tão privilegiado, por isso fica difícil determinar o tipo de
movimentação geral de todo o Universo. De qualquer forma, a pesquisa dos
astrofísicos do Lawrenceville Plasma Physics ajuda a equilibrar um pouco certas
posições extremadas e ensina uma lição de humildade àqueles que defendem
hipóteses como se fossem verdades infalíveis. [MB]