Cientistas descobriram que depois que os homens se tornam pais, seus níveis de testosterona caem, indicando que eles são biologicamente programados para cuidar de seus bebês. A queda na quantidade de hormônio masculino faria com que os homens se tornassem mais ligados à família, segundo os pesquisadores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos. O estudo publicado na revista científica The Proceedings of the National Academy of Sciences acompanhou 624 homens, nas Filipinas, antes e depois de eles se tornarem pais e descobriu que logo após o nascimento do bebê, seus níveis de testosterona caíam substancialmente. Apesar de os níveis de testosterona - hormônio normalmente associado ao desejo sexual masculino - baixarem naturalmente com a idade, a queda nos homens que se tornaram pais foi mais do que o dobro daquela verificada nos homens sem filhos.
Pais de bebês recém-nascidos, com menos de um mês de idade, apresentaram níveis especialmente baixos do hormônio. Quedas maiores também foram verificadas naqueles que passavam mais de três horas por dia brincando, alimentando, dando banho, vestindo ou lendo para seus filhos.
“Criar crianças é um trabalho tão grande que, por necessidade, requer cooperação e nosso estudo mostra que os pais são biologicamente programados para oferecer ajuda com essa função”, disse o líder da pesquisa, Christopher Kusawa. “A paternidade e as exigências de se ter um recém-nascido em casa tornam necessários muitos ajustes emocionais, psicológicos e físicos. Nossa pesquisa indica que a biologia de um homem pode mudar substancialmente para atender essas demandas.”
Os pesquisadores também acreditam que os níveis mais baixos de testosterona podem proteger contra certas doenças crônicas, o que poderia explicar, em parte, por que homens casados e com filhos são, em geral, mais saudáveis que homens solteiros da mesma idade.
O professor Allan Pacey, da Universidade de Sheffield, na Grã-Bretanha, disse que a descoberta é fascinante. “Os níveis de testosterona em homens geralmente não variam muito. Eles podem diminuir vagarosamente como parte do processo de envelhecimento ou em resposta a alguma doença ou tratamento médico, mas observar mudanças drásticas em resposta à vida familiar é muito interessante”, disse ele.
“As observações podem fazer algum sentido evolutivo [tava demorando para saírem da constatação óbvia de que esse é um mecanismo criado intencional e inteligentemente], se aceitarmos a ideia de que homens com níveis mais baixos de testosterona têm maior probabilidade de manter um relacionamento monogâmico com sua parceira e de cuidar de seus filhos. No entanto, seria importante checar de forma irrefutável que há uma ligação entre níveis de testosterona e comportamento.”
(BBC Brasil)
Nota: Os homens não foram “projetados pela evolução” para espalhar seus genes por aí? A poligamia e a promiscuidade não seriam subprodutos da evolução? Era o que os cientistas sempre diziam. Mas, então, quando encontram um mecanismo “biologicamente programado” (quem programou?), concluem que a monogamia e a fidelidade, além da ajuda na criação da prole também são subprodutos da evolução cega. Assim é fácil! É mais ou menos como a notícia de que o cérebro humano está diminuindo – isso também seria fruto da evolução, tanto quanto se o cérebro estivesse aumentando de tamanho. Com teóricos “lisos” assim, fica difícil discutir. Mas, levando-se em conta a notícia acima, uma coisa fica bem clara: tudo foi projetado para funcionar da maneira certa e no momento certo.[MB]