quarta-feira, fevereiro 18, 2015

A dança das hipóteses

"Certezas" que caem por terra
Anos atrás, li o livro A Dança do Universo, de Marcelo Gleiser. Nele, o físico brasileiro defende apaixonadamente e com convicção a teoria do big bang. Antes disso, talvez uns dez anos mais para trás, quando eu tinha 15, li também Uma Breve História do Tempo, de Stephen Hawking. Naqueles idos anos 1990, de tanto ler livros como o de Hawking e revistas como a Superinteressante, eu não tinha dúvidas. A doutrinação havia sido forte e eu acreditava quase piamente que a grande explosão tinha dado origem ao Universo – ainda que fosse Deus o “detonador” dela. Nada como uma década depois da outra para fazer com que algumas certezas se mostrem frágeis, embora seus defensores e a mídia alinhada as tenham apresentado como verdade científica. Duas notícias recentes mostram que nem sempre é bom confiar cegamente nos homens da ciência (em homem nenhum, na verdade) e em reportagens fantásticas veiculadas aqui e acola.

Ano passado, cientistas afirmaram ter descoberto evidências das ondas gravitacionais primordiais, flutuações que teriam sido causadas pela suposta inflação cósmica, período do Universo no qual ele teria aumentado de tamanho de forma espantosa em uma fração de segundos. A descoberta foi comemorada não só como uma evidência do big bang, mas como efeito previsto por uma das hipóteses sobre os primeiros momentos do nosso Universo. Mas não era bem assim. [Continue lendo.]