Sumo sacerdote Hilmarsson |
Começa
este mês a ser erigido na Finlândia um novo templo aos deuses nórdicos, o
primeiro desde os tempos da era Viking. O paganismo nórdico foi suplantado há
mais de mil anos com a introdução do cristianismo no norte da Europa, mas os
deuses do panteão nórdico, como Thor e Odin, nunca deixaram de ter seguidores.
A religião é conhecida sob a designação de Ásatrú. Existe uma associação, a
Asatruarfelagid, fundada em 1972, que promove a fé naquelas deidades e anunciou
para este mês o início da construção de um templo, numa colina nos arredores de
Reiquiavique. O sumo sacerdote da Asatruarfelagid, Hilmar Örn Hilmarsson,
afirmou numa entrevista à televisão pública islandesa, RÚV, que o edifício terá
cerca de 350 metros quadrados, forma circular, um teto com uma cúpula móvel,
com capacidade para 250 pessoas. A construção estará completa no próximo ano.
A
Asatruarfelagid realiza casamento, batizados e funerais, rituais relativos ao
nascimento e à iniciação de adolescentes nessas crenças. Alguns aspetos
tradicionais, como sacrifício de animais, foram abolidos. Um aspeto
relevante é que esta associação tem visto aumentar o número de adesões. No fim
de 2014, tinha 2.400 membros numa população total de 330 mil na Islândia.
(DN Globo)
Nota:
O avanço do neopaganismo e também do islamismo na Europa se deve à “castração”
do cristianismo. Há muito tempo que o continente europeu “domesticou” o cristianismo,
transformando-o numa religião de tradições, de meras formalidades. A sociedade
se secularizou, mas o anseio pelo transcendente permanece no coração humano,
porque o ser humano foi criado para ser espiritual. Afastadas do Deus vivo e
verdadeiro – Aquele que criou o Universo e cuja sepultura está vazia –, as
pessoas buscam saciar a fome da alma em qualquer fonte, ainda que seja a de
deuses criados à imagem e semelhança dos homens – guerreiros, irascíveis,
sanguinários. Cristianismo tornado irrelevante deixa de ser uma proteção contra
crendices, superstições e fanatismos. Que sirva de lição para nós que vivemos
num país que se julga cristão. [MB]