O Brasil foi o terceiro país em que mais se acredita em “Deus ou em um ser supremo” em uma pesquisa conduzida em 23 países. A pesquisa, feita pela empresa de pesquisa de mercado Ipsos para a agência de notícias Reuters, ouviu 18.829 adultos e concluiu que 51% dos entrevistados “definitivamente acreditam em uma ‘entidade divina’ comparados com os 18% que não acreditam e 17% que não têm certeza”. O país onde mais se acredita na existência de Deus ou de um ser supremo é a Indonésia, com 93% dos entrevistados. A Turquia vem em segundo, com 91% dos entrevistados e o Brasil é o terceiro, com 84% dos pesquisados. Entre todos os pesquisados, 51% também acreditam em algum tipo de vida após a morte, enquanto apenas 23% acreditam que as pessoas param de existir depois da morte e 26% “simplesmente não sabem”. Entre os 51% que acreditam em algum tipo de vida após a morte, 23% acreditam na vida após a morte, mas “não especificamente em um paraíso ou inferno”, 19% acreditam “que a pessoa vai para o paraíso ou inferno”, outros 7% acreditam “basicamente na reencarnação” e 2% acreditam “no paraíso, mas não no inferno”. Nesse mesmo quesito, o México vem em primeiro lugar, com 40% dos entrevistados afirmando que acreditam em uma vida após a morte, mas não em paraíso ou inferno. Em segundo está a Rússia, com 34%. O Brasil fica novamente em terceiro nesta questão, com 32% dos entrevistados.
Mas o Brasil está em segundo entre os países onde as pessoas acreditam “basicamente na reencarnação”, com 12% dos entrevistados. Apenas a Hungria está à frente dos brasileiros, com 13% dos entrevistados. Em terceiro, está o México, com 11%. Entre os que acreditam que a pessoa vai para o paraíso ou para o inferno depois da morte, o Brasil está em quinto lugar, com 28%. Em primeiro, está a Indonésia, com 62%, seguida pela África do Sul, 52%, Turquia, 52% e Estados Unidos, 41%.
As discussões entre evolucionistas e criacionistas também foram abordadas pela pesquisa do instituto Ipsos. Entre os entrevistados no mundo todo, 28% se definiram como criacionistas e acreditam que os seres humanos foram criados por uma força espiritual - ou seja, não acreditam que a origem do homem seja a evolução de outras espécies como os macacos. Nessa categoria, o Brasil está em quinto lugar, com 47% dos entrevistados, à frente dos Estados Unidos (40%). Em primeiro lugar está a Arábia Saudita, com 75%, seguida pela Turquia, com 60%, Indonésia em terceiro (57%) e África do Sul em quarto lugar, com 56%.
Por outro lado, 41% dos entrevistados no mundo todo se consideram evolucionistas, ou seja, acreditam que os seres humanos são fruto de um lento processo de evolução a partir de espécies menos evoluídas como macacos. Entre os evolucionistas, a Suécia está em primeiro lugar, com 68% dos entrevistados. A Alemanha vem em segundo, com 65%, seguida pela China, com 64%, e a Bélgica em quarto lugar, com 61% dos pesquisados.
Entre os 18.829 adultos pesquisados no mundo todo, um total de 18% afirmam que não acreditam em “Deus, deuses, ser ou seres supremos”. No topo da lista dos descrentes está a França, com 39% dos entrevistados. A Suécia vem em segundo lugar, com 37% e a Bélgica em terceiro, com 36%. No Brasil, apenas 3% dos entrevistados declararam que não acreditam em Deus, ou deuses ou seres supremos.
A pesquisa também concluiu que 17% dos entrevistados em todo o mundo “às vezes acreditam, mas às vezes não acreditam em Deus, deuses, ser ou seres supremos”. Entre estes, o Japão está em primeiro lugar, com 34%, seguido pela China, com 32% e a Coreia do Sul, também com 32%. Nesta categoria, o Brasil tem 4% dos entrevistados.
(Último Segundo)
Nota: Curiosamente, com tantos “crentes” por aqui, quase 50% não acreditam na vida após a morte ou não fazem ideia do que acontece depois dela. Teria esse deus criado o ser humano para viver até o túmulo e só? Quase metade dos 51% que creem na vida após a morte não crê no paraíso nem no inferno. Embora eu também não creia no mito do inferno eterno (creio na aniquilação da morte, de Satanás e seus anjos, dos pecadores empedernidos e do próprio inferno = sepultura, na Bíblia), pergunto: Para onde vão, então, os mortos? Que vida eterna seria essa? Curiosamente, apesar de toda a propaganda espírita (filmes, seriados, desenhos e livros), apenas 7% dos que creem na vida após a morte sustentam a ideia da reencarnação. Mesmo assim, o Brasil é o segundo país que mais acredita na reencarnação. Por essas e outras, não concordo quando dizem que o Brasil é um “país cristão”. Se fosse, não haveria tantas dúvidas sobre questões basilares da fé e também não haveria tantas ideias pagãs misturadas com as crenças do povo.
No que diz respeito aos percentuais de criacionistas e evolucionistas, fico imaginando se as perguntas foram suficientemente claras. Por exemplo: se me perguntarem se creio que Deus criou os seres vivos exatamente como são hoje, direi que não. O que o entrevistador colocaria em sua planilha, que sou evolucionista? Mas, se perguntarem a um evolucionista teísta se ele crê na criação ou na evolução, o que ele deverá responder? Portanto, esses percentuais nem sempre são tão confiáveis pelo grau de generalização envolvido nas perguntas. De qualquer forma, achei interessante a relação evolucionismo/ateísmo na Suécia e na Bélgica. Seria coincidência?[MB]