sexta-feira, abril 01, 2011

Pesquisa contesta "prova criacionista"?

A área de Kachina Bridge, em Utah (EUA), considerada uma evidência da teoria criacionista de que a Terra foi criada em um único dia [sic], foi submetida a uma análise de pesquisadores, que chegaram à conclusão final. As gravuras rupestres de dinossauros não seriam dos animais pré-históricos, mas sim uma boa pintura manchada. A Kachina Bridge é uma formação rochosa em forma de arco, com mais de 60 metros de altura, que traria inscrições de culturas pré-históricas e de representações de dinossauros. “A mais importante implicação nesses achados é que o sítio criacionista com evidências da coexistência entre dinossauros e humanos nem mesmo existe”, comenta em entrevista ao site LiveScience o paleontólogo Phil Senter, da Universidade Estadual Fayetteville, em Carolina do Norte. Os estudiosos analisaram quatro imagens do que parecem ser de dinossauros em várias situações: do olhar puro e simples, passando por binóculos e lentes especiais, com iluminação direta e indireta do sol e na sombra. “O dinossauro 1, apelidado de Sinclair, realmente se parece com um dino se visto por olhos comuns. Mas um olho treinado pode frequentemente enxergar o que um não-treinado vê.”

“Até nosso estudo, esta era a melhor gravura de dinossauros e a mais difícil de ser argumentada e interpretada porque se parece muito com um dinossauro”, Senter diz. “O ‘melhor dinossauro’ agora está extinto.”

Segundo o grupo, a visão dos dinossauros são ilusões de óptica iguais aos rostos e animais que vemos nas nuvens e nas formações rochosas da Lua [a diferença é que as pinturas de Kachina Bridge foram feitas por humanos]. Senter e a arqueóloga Sally Cole detalham seu trabalho na edição de março do jornal Palaentologia Electronica.

(Folha.com)

Compare com as fotos abaixo este esboço "forçado" dos pesquisadores
Nota: Curiosamente, os desenhos de mãos, pessoas e outros animais encontrados no mesmo local não mancharam. Somente a imagem dos dinossauros ficou manchada e constitui ilusão de óptica... Mas quem sou eu para contestar os especialistas? Não tenho “olho treinado”.

E o que um “olho treinado” vê, quando contempla, por exemplo, um único dente fóssil? R.: uma criatura completa! O que um “olho treinado” vê, quando analisa camadas sedimentares plano-paralelas em grandes extensões e sem evidência de erosão entre elas? R.: bilhões de anos de sedimentação. O que um “olho treinado” vê, quando constata variações no tamanho do bico de aves da mesma espécie ou analisa bactérias que adquirem resistência a antibióticos, mas que continuam sendo bactérias? R.: a macroevolução de uma “célula primordial” até um ser humano! O que um “olho treinado” vê, quando se dá conta da tremenda quantidade de informação complexa e específica no DNA? R.: acaso cego. O que um “olho treinado” vê, quando observa tecidos moles e proteína identificável em fósseis de dinossauros? R.: milhões de anos de extinção, assim mesmo. O que um “olho treinado” vê, quando olha para o período Cambriano com sua “explosão” de vida complexa e se dá conta de que no pré-cambriano não existem ancestrais evolutivos desses animais? R.: mistério.

Agora me diga uma coisa: De que maneira pinturas de humanos com dinossauros provariam a “criação da Terra num único dia”? (Esqueceram-se de que foi em seis, mas deixemos pra lá...) Provaria apenas que humanos conviveram com dinossauros. Na verdade, essas pinturas não são as únicas evidências dessa contemporaneidade. No capítulo “O que aconteceu com os dinossauros”, do meu livro A História da Vida (em nova edição ampliada), abordo esse e outros temas relacionados aos dinos. Há muito mais por trás dessa história que alguns pesquisadores e a mídia acham que resolveram por meio de conclusões enviesadas.[MB]

Curiosamente, apenas a pintura do dinossauro borrou. As outras, não

Leia também: “Feedback: Kachina Bridge Dinosaur Petroglyph”