quarta-feira, novembro 23, 2011

Oito [péssimos] exemplos da evolução em ação

[Meus comentários seguem entre colchetes. – MB] A evolução é uma das maiores descobertas científicas de todos os tempos [por que será, então, que não existe sequer um prêmio Nobel em biologia evolutiva?]. Frequentemente, biólogos têm achados surpreendentes [sic]: há tantas evidências a favor da evolução, que argumentar contra ela é como negar que há uma lua no céu [essa foi de doer!]. Confira oito exemplos, entre muitos, da evolução em ação [então, vejamos o que eles têm de melhor a oferecer]:

1. Mariposa. Originalmente, a grande maioria das mariposas da espécie Biston betularia tinha uma coloração clara, que era uma boa camuflagem contra predadores. Antes da revolução industrial, uma variante escura da mariposa contava como 2% da espécie. Depois da revolução industrial, 95% das mariposas passaram a ter coloração escura. A melhor explicação para essa mudança é que as mariposas claras perderam sua vantagem de camuflagem conforme as superfícies claras foram escurecidas pela poluição, e elas foram comidas por pássaros com mais frequência. Esse é um exemplo de uma grande mudança em uma espécie, causada por mutações levando à variação e seleção natural. [Inacreditável como ainda usam esse exemplo já desmascarado como fraude. E olha que é o exemplo número um da lista! Mesmo que se conceda uma chance aos evolucionistas que ainda usam as mariposas de Manchester como exemplo de evolução, que exemplo é esse? De simples variação ou “microevolução” ou, melhor ainda, diversificação de baixo nível. As mariposas, a despeito da mudança na coloração (flutuação), continuam sendo mariposas. E ambas as cores ainda existem.]

2. Lagarto australiano. Especiação, a formação de uma nova espécie de uma espécie ancestral, envolve muitas mutações levando a mudanças significativas. Uma espécie de skink, Saiphos equalis, é um lagarto da Austrália que parece estar submetido à mudança de por ovos para dar à luz um filhote vivo. Uma vez que esses skinks podem tanto pôr ovos quanto dar à luz, os cientistas tiveram uma boa oportunidade de estudar as adaptações necessárias para o nascimento vivo.

Embriões skink envoltos em um ovo têm uma fonte extra de cálcio que os skinks nascidos vivos não têm. Essa diferença nutricional é compensada pela mãe, que secreta cálcio extra para os jovens detidos dentro dela. Isso parece ser o primeiro passo no caminho para o desenvolvimento de um sistema como a placenta dos mamíferos.

Skinks que vivem na costa tendem a pôr ovos, provavelmente porque o clima quente é previsível e suficiente para o desenvolvimento embrionário. Skinks que vivem nas montanhas mais frias tendem a dar à luz filhotes vivos, já que o corpo da mãe proporciona uma temperatura mais estável.

É de se prever que essas duas populações, em algum momento, se separem em diferentes espécies, e cada população se torne fixa na sua estratégia reprodutiva. Isso levanta uma pergunta comum em criacionistas: se o homem evoluiu do macaco, por que ainda há macacos? No caso dos skinks, seriam duas espécies formadas: uma que põe ovos e uma que tem parto. Cada uma delas seria mais adequada para seu habitat. Cada um é adaptado ao seu nicho. [Mas ainda continuam sendo skinks, não é mesmo? Comparar a gestação interna dos skinks com a placenta dos mamíferos também é forçar a barra, pois a placenta é exemplo de complexidade irredutível. Confira aqui. E mais: criacionistas bem informados sabem que os evolucionistas bem informados não sustentam a hipótese de que o ser humano teria evoluído do macaco.]

3. Mexilhões e caranguejos. Evolução acontece muitas vezes em conjunto: um predador desenvolve um método de caça melhorado, e quaisquer mutações que aumentem a capacidade de sobrevivência serão selecionadas para levar a uma mudança na população de presas.

Nós não temos que esperar um predador evoluir para observar uma mudança, no entanto, já que os humanos transportam espécies por todo o mundo, e assim podemos observar interações entre novas espécies.

O caranguejo da costa asiática (Hemigrapsus sanguineus) é uma espécie invasora na Nova Inglaterra, que se alimenta do mexilhão azul nativo. Recentemente, foi observado que os mexilhões, quando detectam caranguejos asiáticos, desenvolvem escudos mais grossos para impedir os caranguejos de comê-los.

Esse comportamento é difícil para os mexilhões, e por isso é fortemente regulamentado. O fator evolutivo aqui é que apenas os mexilhões de regiões onde os caranguejos asiáticos são endêmicos engrossam suas costas. Os de outras regiões não detectam os caranguejos como uma ameaça. [Note que os exemplos continuam sendo de diversificação de baixo nível, com mudanças em características mínimas. Assumir que o acúmulo dessas mudanças ao longo de supostos milhões de anos tornaria o mexilhão uma lagosta, isso, sim, é especulação macroevolutiva.]

4. Lagartixa italiana. Em 1971, dez lagartixas italianas (Podarcis sicula) foram introduzidas na ilha de Pod Mrčaru, a partir de uma ilha vizinha. Elas foram deixadas lá ao longo de décadas, para serem comparadas com a colônia de onde foram tiradas.

As lagartixas de Pod Mrčaru prosperaram e se adaptaram à nova ilha. Elas mudaram de uma dieta principalmente insetívora a uma pesada em vegetação. Essa mudança de dieta parece ter impulsionado outras mudanças dramáticas nos animais.

A cabeça das lagartixas de Pod Mrčaru são maiores, e tem uma força de mordida muito maior [isso é mudança “dramática”?]. Essas são adaptações-chave para lidar com as folhas que mascam. O sinal mais emocionante [!] da evolução é o desenvolvimento de músculos usados para separar porções do intestino. Eles servem para diminuir a passagem do alimento através do intestino e dar tempo para as bactérias quebrarem o material vegetal para a absorção. Este é um desenvolvimento inteiramente novo na lagartixa italiana, e uma grande adaptação. [Escrevi sobre a Podarcis sicula aqui.]

5. Sapo-cururu. O sapo-cururu na Austrália é provavelmente uma das espécies invasoras mais famosas do mundo. Ele faz imenso dano à agricultura e às espécies nativas. A Austrália é grande, e leva tempo para uma espécie invasora se espalhar. Os sapos na frente dessa onda de invasão provavelmente são os melhores adaptados para se espalhar mais rápido. Quando os sapos na frente da onda de invasão foram estudados, os pesquisadores descobriram que eles eram maiores, mais resistentes, tinham pernas mais longas que permitiam maior velocidade, e eram mais ativos. Como resultado desses tipos de adaptações, a taxa em que os sapos-cururu se espalham tem aumentado desde que eles foram introduzidos. [Diversificação de baixo nível.]

6. Tentilhões. Lembra das observações de Darwin sobre a adaptação entre os tentilhões das ilhas Galápagos? Esses tentilhões ainda estão ajudando a evolução a ser entendida. Peter e Rosemary Grant estudaram os tentilhões em uma das ilhas Galápagos, e observaram a mudança evolutiva causada pela concorrência direta de duas espécies rivais.

A espécie Geospiza fortis estava bem estabelecida na ilha de Daphne, e tinha sido estudada em profundidade. Seu bico era perfeitamente adequado para quebrar nozes grandes. Em 1982, a espécie maior Geospiza magnirostris, de uma ilha vizinha, chegou. Esses tentilhões maiores poderiam afastar os tentilhões médios de sua terra natal e comer todas as nozes de grande porte. Durante o período de estudo, os tentilhões médios da ilha de Daphne desenvolveram bicos menores e mais adequados para nozes menores, ignoradas pelos tentilhões invasores. [Esse exemplo é clássico e, mais uma vez, se refere a características mínimas como formato e tamanho do bico e cor da plumagem. Desde que Darwin pisou em Galápagos, os tentilhões continuam sendo tentilhões.]

7. Borboleta lua-azul. Estudar a evolução pode levar décadas, mas ocasionalmente a mudança acontece incrivelmente rápido. A borboleta lua-azul (Hypolimnas bolina), das ilhas Samoa, estava sendo atacada por um parasita que destruía seus embriões do sexo masculino. Isso levou a um desequilíbrio entre os sexos, até que os machos representaram apenas 1% da população da borboleta. No entanto, dentro de dez gerações (cerca de um ano), o sexo masculino voltou a contar por 40% da população. Isso não é porque o parasita desapareceu; ele ainda estava presente, mas não era mais letal aos embriões do sexo masculino.

Esse caso mostra como uma mutação que dá uma vantagem pode rapidamente se espalhar por toda uma população. Qualquer macho com a capacidade de sobreviver à infecção seria capaz de acasalar com um grande número de fêmeas, devido à escassez de outros machos, e espalhar sua imunidade através de seus genes. [Isso também mostra como uma mutação (que às vezes pode ser benéfica) que se espalha rapidamente por uma população, mesmo a de animais que podem ter várias gerações em pouco tempo, apenas lhes confere vantagens pela sobrevivência, como ocorre com as bactérias que adquirem resistência a antibióticos, por exemplo. Mas as borboletas e as bactérias continuam, depois de tantas gerações, sendo borboletas e bactérias. Diversificação de baixo nível.]

8. Evolução em laboratório. Conforme cresce uma enorme variedade de patógenos resistentes aos medicamentos, aprendemos que a evolução é mais fácil de ser observada em espécies que trocam rápido de geração. Desde 1988, no laboratório de Richard Lenski, a evolução de uma linhagem ancestral única para doze populações de E. coli foi estudada. Desde então, mais de 50 mil gerações de E. coli vieram e se foram, e as diferenças entre as populações, e entre cada população e a estirpe ancestral, foram documentadas.

Com amostras de cada população tiradas regularmente, as mudanças genéticas acumuladas puderam ser acompanhadas com facilidade. Ao longo do tempo, as bactérias se tornaram muito mais eficientes em crescer nas condições utilizadas no laboratório. O estudo forneceu evidências de como a evolução realmente ocorre [depende do que se entende por evolução]. Uma das populações desenvolveu a capacidade de utilizar o citrato como nutriente, algo de outra maneira desconhecido em populações E. coli em condições semelhantes. [Clique aqui para ler o que postei anteriormente sobre as experiências de Lenski.]

[Espero que você tenha notado que, dependendo do uso que se faz da palavra “evolução”, um criacionista pode até se considerar “evolucionista”. Sim, porque os melhores exemplos que os darwinistas têm de evolução se referem apenas à diversificação de baixo nível (“microevolução”). Como não existem exemplos de macroevolução nem evidências de que mutações genéticas teriam originado novos planos corporais e/ou órgãos funcionais, os defensores da macroevolução precisam interpretar os fósseis e elaborar suas “árvores da vida” evolutivas ficcionais. Num diálogo com darwinistas, a primeira coisa que se deve deixar clara é o conceito de evolução a que se está referindo. Caso contrário, ambos – criacionistas e evolucionistas – poderão estar falando da mesma coisa e concordando com ela (no caso, da microevolução) ou de algo totalmente diferente e não científico (no caso, a macroevolução). – MB]

(Hypescience)

Em tempo: Sou formado em Comunicação Social - Jornalismo (por isso, aprecio discutir o problema da origem da informação complexa) e tenho mestrado em Teologia (o que me fornece "ferramentas" e motivação para discutir os aspectos filosófico-teológicos das origens e a metafísica entranhada no evolucionismo moderno). Respeito profissionais como os biólogos, que certamente poderiam tecer comentários bem mais aprofundados com respeito à postagem acima e muitas outras. Mas discordo de alguns biólogos naturalistas que têm me criticado no Twitter, em fóruns e alhures, afirmando que não posso falar de biologia por não ser biólogo. Curiosamente, alguns desses biólogos mantêm blogs nos quais pregam o ateísmo e se aventuram em assuntos teológicos. A esses - para os quais defendo o direito de discutirem o que quiserem - quero lembrar de que estou em boa companhia: Darwin era teólogo, não biólogo.[MB]