quarta-feira, fevereiro 27, 2013

SUS: metade dos agredidos consumiram álcool

Levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (19) mostra que 49% das vítimas de agressão atendidas nos hospitais públicos haviam consumido bebida alcoólica. A pesquisa foi realizada em 71 hospitais públicos em todas as capitais do país. Os jovens são as principais vítimas da agressão física relacionada ao uso de álcool.  O estudo aponta que cerca de 56% dos casos de agressão e 39% de acidentes de trânsito ocorreram com pacientes entre 20 e 39 anos. O álcool também está relacionado à quantidade de vítimas de acidentes de trânsito. De acordo com o estudo, um a cada cinco acidentes envolveram a ingestão de bebida alcoólica.

O estudo mostra que, entre as vítimas de acidentes de trânsito, 21,4% dos pedestres, 22,3% dos condutores e 17,7% dos passageiros apresentavam sinais de embriaguez ou confirmaram o consumo de álcool. Os dados foram coletados em 2011 e analisados no ano passado. O levantamento faz parte da Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA) e ouviu 47 mil pessoas em todas as capitais e no Distrito Federal.

Em 2011, mais de 47 mil pessoas vítimas de agressão foram atendidas no SUS. A  maioria delas (54,3%) é do sexo masculino. A quantidade de homens (24,9%) envolvidos em acidentes de trânsito ligados ao álcool também foi maior que a de mulheres (10,2%). No mesmo ano, o governo federal gastou R$ 200 milhões no Sistema Único de Saúde com a internação de pacientes que se envolveram em acidentes de trânsito.

Com o objetivo de orientar condutores sobre o perigo da mistura entre direção e álcool, o Ministério da Saúde desenvolveu o projeto Vida no Trânsito, em 2009. Apenas cinco capitais brasileiras participam dessas ações (Belo Horizonte, Teresina, Curitiba, Campo Grande e Palmas). Nos últimos quatro anos, cerca de R$ 25 milhões foram gastos no projeto.


Nota: A Lei Seca ajuda, sem dúvida, mas acaba passando a ideia de que somente é perigoso beber e dirigir. Beber é perigoso sempre! Já passa da hora de os governos tratarem a bebida (“droga lícita”?!?) como fizeram com o cigarro. Marcação cerrada! Conscientização constante. Segundo a matéria acima, o governo federal gastou R$ 200 milhões no Sistema Único de Saúde com a internação de pacientes que se envolveram em acidentes de trânsito (a maioria ocasionada por consumo de álcool). Mas o governo deve arrecadar muito mais do que isso em impostos cobrados das fábricas de bebidas. Chega de hipocrisia! Enquanto as propagandas glamourizarem o consumo de bebidas alcoólicas, não haverá campanha que resolva. Álcool tem que ser tratado como a droga que é.[MB]