Uma
parte do Brasil dá a impressão de tentar fugir do estereótipo de país do
Carnaval, mas, na prática, a festa continua mais popular do que nunca e com
patrocínio público e privado que lhe dá longevidade. Nos últimos anos, a
participação de entidades e igrejas cristãs parece ter aumentado nesse que se
transformou em um negócio lucrativo para muitos. E qual é a posição bíblica a
respeito do Carnaval? Há algum tipo de aprovação, da parte de Deus, para a
realização e participação nessa festa? Antes de mencionar a Bíblia, é prudente
compreender a história do Carnaval e o que hoje essa festa representa no
Brasil. Segundo alguns sites de história, a origem do carnaval é desconhecida.
Há os que atribuem a origem dessa festa aos cultos agrários realizados pelos
povos primitivos, dez mil anos antes de Cristo, quando esses povos celebravam
as boas colheitas com cânticos e danças. Outros o atribuem às festas em
homenagem a deusa Ísis e ao boi Ápis, no Egito antigo, ou ainda na Grécia e
Roma antigas.
Segundo
o Guia do Estudante Abril, “eram
grandes festejos pagãos, cheios de comida e bebida, para comemorar colheitas e louvar
divindades, e ocorriam entre novembro e dezembro”. O site Brasil Escola, também
referência para pesquisas, informa que “o carnaval é uma festa que se
originou na Grécia em meados dos anos 600 a 520 a.C. Através dessa festa os
gregos realizavam seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do
solo e pela produção. Posteriormente, os gregos e romanos inseriram bebidas e
práticas sexuais na festa, tornando-a intolerável aos olhos da Igreja”. Em
2002, a revista Superinteressante informou
que “só no século VII, na Grécia, o Carnaval foi oficializado como festejo à
honra de Dionísio, deus do êxtase e do entusiasmo. A partir daí, os carnavais
passaram a incluir orgias sexuais e etílicas – uma característica que chegou
ilesa aos dias de hoje”. E a Igreja Católica, que inicialmente combatia os
festejos carnais, acabou incorporando o feriado ao seu calendário oficial e o
Carnaval passou a ter aval religioso também.
Conceito claro –
Basta perceber, nos textos sobre a história do Carnaval as palavras-chave mais
usadas, para se ter uma noção do conceito que caracteriza a festividade. Termos
como pagão, orgia, bebidas e prazer dão uma ideia bem definida do que
se trata o Carnaval. Foi uma invenção humana para tentar celebrar algo com as
divindades aceitas por aqueles que não creem em um Deus único e pessoal, tal
como descrito na Bíblia Sagrada.
Na
Bíblia, Deus não aprova quaisquer práticas que desvirtuem o casamento ou a
sexualidade. O sexo foi estabelecido no Éden, quando Deus uniu homem e mulher
como uma só carne e não deu margem para que fosse praticado de maneira
despreocupada ou inconsequente. Pelo contrário. Em toda a trajetória do povo de
Israel, o Senhor deixou claro que um dos segredos do êxito estaria em seguir os
conselhos divinos e fugir do mau exemplo de nações vizinhas quanto à adoração
de vários deuses e tudo que isso acarretava, como orgias e bebedeiras. Aliás, a
embriaguez que leva a uma dificuldade de racionalmente estar em contato com
Deus, por causa da alteração fisiológica, também não tem a aprovação divina. Os
episódios que envolveram Noé, Ló, o rei Elá e outros demonstram claramente que
o uso de bebidas alcoólicas não trouxe bons resultados.
E
eu pergunto: o Carnaval mudou muito desde suas origens pagãs romanas ou gregas?
Provavelmente, não. Entre as grandes patrocinadoras da festa no Brasil estão
cervejarias e até mesmo o governo faz questão de incentivar muita festa e busca
por prazer sensual desde que a pessoa use preservativos para [tentar] evitar
doenças venéreas ou a aids. Ou seja, orgia, depravação sexual e embriaguez
continuam sendo palavras-chave da festa dos tempos atuais.
Testemunho prejudicado
–
Diante disso, é preciso refletir sobre se há espaço nessa festa popular para
pessoas cristãs, que dizem seguir os ensinamentos bíblicos. O argumento comum
de muitos cristãos que vão, até mesmo em blocos organizados, para esse tipo de
evento é que estão ali para influenciar, para serem o “sal da terra”. Só devem
atentar para o fato de que o ambiente não é propício para esse tipo de
intenção. Pessoas dispostas a ter o máximo de prazer sensual e carnal, muitas
delas entorpecidas pelo uso de substâncias que alteram seu estado normal de
consciência, dificilmente conseguirão absorver qualquer tipo de mensagem
bíblica que exija a capacidade racional em seu melhor desempenho. Recordemos
que Daniel, o humilde servo de Deus, não se atreveu a ingressar nas festas
promovidas pelos monarcas babilônicos a fim de dar qualquer mensagem profética.
Seu exemplo, como excelente profissional e fiel temente ao Senhor, falou muito
mais alto e não o impediu de dar testemunho. Mas você não lerá sobre Daniel
misturado a uma festa pagã tentando mostrar os ensinos divinos.
Além
disso, há o risco de levar jovens a esse tipo de local, pois muitos deles vivem
uma luta espiritual a fim de se manterem ao lado de Cristo diante de tantas
tentações. Conduzi-los a um terreno em que são abertamente realizadas práticas
contrárias à Bíblia é submetê-los a uma provação que poderia ser evitável. Vai
causar a nítida ideia de que, afinal de contas, o pecado não é tão
desagradável, visto haver tanta gente sorrindo. Ainda que, em essência, essa
alegria seja passageira e motivada por uma alienação da realidade.
Fico
com o conselho de Paulo, que em Romanos 12:1, 2 diz: “Rogo-vos irmãos, pelas
misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo
e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este
século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Pessoas
que desejam ter uma vida espiritualmente qualificada não podem experimentar
ambientes em que o objetivo é saciar os desejos carnais.
(Felipe Lemos,
Realidade em Foco)
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