terça-feira, setembro 09, 2014

Análise de cometa lança por terra hipóteses evolutivas

Escuro demais e nada de água
Existem inúmeras técnicas concebidas para tentar medir o sucesso de uma empreitada científica. Mas parece que nenhuma se compara a uma métrica bem do tipo senso comum: o quão boquiabertos os cientistas ficam quando veem os resultados de seus esforços. E, por essa avaliação, os primeiros resultados obtidos pela sonda espacial Rosetta representam um sucesso inegável: os cientistas ainda não encontraram nada do que esperavam ao ver um cometa de perto. “À primeira vista”, porque a missão Rosetta está apenas no começo, olhando o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko ainda a meia distância, aproximando-se para enviar um módulo de pouso e depois persegui-lo por um ano durante sua aproximação do Sol. Desde que as primeiras imagens do cometa 67P chegaram, os cientistas ficaram meio sem saber o que fazer com suas teorias, que defendem que os cometas são essencialmente “pedras de gelo sujo”. A “sujeira” está lá, mas o gelo, que se acreditava responder pela larga maioria de sua massa, ainda não deu o ar da graça.

Agora, mais um instrumento a bordo da sonda Rosetta fez a sua primeira coleta de dados, e colocou em números o que as primeiras imagens já deixavam desconfiar. O instrumento, chamado Alice, começou a mapear a superfície do 67P, registrando o primeiro espectro de luz emitida por ele na faixa do ultravioleta extremo. A partir dos dados, a equipe do Alice constatou que o cometa é extraordinariamente escuro - mais escuro que carvão - quando visto nesses comprimentos de onda. O aparelho detectou hidrogênio e oxigênio na “atmosfera” do cometa, conhecida como coma, mas não moléculas de H2O.

O instrumento confirmou ainda que, ao contrário do que se esperava inicialmente, a superfície do cometa não possui sinais de gelo. “Estamos um pouco surpresos com o quão pouco reflexiva é a superfície do cometa e com quão pouca evidência há de gelo de água exposto”, disse Alan Stern, principal cientista do Alice, do Instituto de Pesquisa do Sudoeste, nos Estados Unidos, que construiu o instrumento com financiamento da NASA.

Ainda é muito cedo para dizer que o cometa 67P não tem água. O que dá para garantir é que ele não a tem na quantidade esperada, o que levanta grandes expectativas sobre os jatos emitidos em sua aproximação do Sol - que serão filmados de perto pela Rosetta.

A observação do cometa foi idealizada para ajudar os cientistas a entender mais sobre a origem e a evolução do nosso Sistema Solar, partindo do pressuposto de que os cometas seriam verdadeiras cápsulas do tempo desse processo de formação. Além disso, com a dificuldade de explicar a origem da vida, vinha ganhando força a ideia de que a vida teria se originado no espaço e vindo para a Terra a bordo dos cometas, congelada nesses hipotéticos blocos de gelo cósmicos.

E, até antes do que isso, com a dificuldade de explicar a origem da água na Terra, alguns cientistas já argumentavam que os oceanos da Terra foram enchidos com água trazida por cometas que se chocaram com nosso planeta.

Mais uma vez, a realidade está se mostrando um pouco mais complicada do que as teorias gostariam - e isso, sim, é o que sempre faz valer a pena grandes empreitadas científicas como as da sonda espacial Rosetta.


Nota: Nada como a ciência empírica, observacional, in loco para derrubar hipóteses evolucionistas. Se forem confirmadas as suspeitas de que não há água nesse e em outros cometas, ficará mais difícil para os evolucionistas justificarem a origem da vida em nosso planeta. Aqui eles já sabem que não seria possível, mesmo em três bilhões de anos. Cada vez fica mais claro que a Terra foi projetada para manter a vida, com atmosfera e gases ajustados nas proporções exatas e água suficiente em estado líquido. Uma joia rara neste vasto Universo. [MB]