domingo, setembro 21, 2014

Cientistas escolhem o papa como mobilizador de massas

Ele está preocupado com a natureza
Tentar conter o efeito da destruição de habitats e das alterações climáticas que tenham origem em atividades humanas depende de todos, por isso os cientistas escolheram um forte mobilizador de massas: o papa. Os cientistas perderam a fé nos políticos e estão contando que os líderes religiosos possam ajudá-los a mobilizar as pessoas a mudar o estilo de vida para que possam ser prevenidas catástrofes (com informações do lê-se  Telegraph). A religião e a ciência têm tido vários conflitos ao longo da história, mas quando o futuro do planeta está em jogo é preciso unir esforços – e a Igreja Católica tem 1,2 bilhão de fiéis. Os líderes religiosos têm um papel moral e de proteção dos crentes – ajudá-los a encontrar fontes de combustível menos poluentes pode servir tanto à vida das populações quanto ao ambiente.

“Os cientistas naturais e sociais já fizeram a parte deles em documentar os danos ambientais irreversíveis (embora com grandes incertezas), e já propuseram medidas de mitigação específicas. O passo de transformação pode muito bem ser a mobilização em massa da opinião pública pelo Vaticano e por outras religiões, com uma ação coletiva pela salvaguarda do bem-estar da humanidade e do ambiente”, afirmam os dois autores do ensaio “Em busca de um bem comum”, publicado pela Science, Veerabhadran Ramanathan, climatólogo da Universidade da Califórnia, em San Diego, nos Estados Unidos, e Partha Dasgupta, economista no St. Jonh’s College, em Cambridge, no Reino Unido.

Não foi uma escolha inocente, visto que o papa Francisco já demonstrou estar preocupado com o ambiente. “Os problemas que motivam o Vaticano não são diferentes daqueles que dizem respeito à comunidade científica: esgotamento dos recursos não renováveis​​, perda de serviços do ecossistema e risco de alterações climáticas. Mas aquilo em que o Vaticano pode contribuir é fornecendo a base racional para agirmos: porque é da nossa responsabilidade moral deixar um planeta habitável para as gerações futuras”, diz Marcia McNutt, diretora editorial da Science Magazine.

O ensaio surge depois de Veerabhadran Ramanathan e Partha Dasgupta terem organizado um workshop – “Humanidade sustentável, natureza sustentável, a nossa responsabilidade” – para membros da Pontifica Academia das Ciências e da Pontífica Academia das Ciências Sociais, de 2 a 6 de maio deste ano. Desde então, o papa Francisco têm-se mostrado muito empenhado nessas questões. “É um milagre que oito décadas de investigação entre o Dr. Dasgupta e eu sobre os aspetos naturais e sociais das mudanças ambientais nos tenha levado até aos líderes morais das religiões para salvar a humanidade das alterações climáticas”, disse Ramanathan.


Nota: Há alguns anos venho publicando aqui no blog notícias a respeito do que passou a ser conhecido como ECOmenismo (confira aqui). Outro blog que acompanha o tema é o Minuto Profético, do pastor Sérgio Santeli, um dos primeiros no Brasil a chamar atenção para o assunto. De lá para cá, a convergência de interesses dos aquecimentistas tem ficado cada vez mais evidente, a ponto de cientistas apelarem agora ao próprio papa para que ajude a “salvar o planeta”. Como já destaquei aqui, uma das propostas do Vaticano para ajudar a conter o aquecimento global é o resgate do domingo como dia de repouso. Quem duvida de que todas as classes – inclusive os cientistas que agora pedem ajuda – aceitarão essa proposta de descanso dominical? Quando o medo é grande e existe um líder com carisma e autoridade suficientes, as massas são facilmente conduzidas e aceitam propostas que visam a salvar a vida delas. E ai daqueles que discordarem disso! Evidentemente que ninguém vai discordar do fato de que o consumismo deve ser reduzido, que as emissões de carbono devem ser contidas, que a família e os trabalhadores precisam de mais tempo para o descanso e o lazer. O problema é o dia escolhido para tudo isso. O verdadeiro dia de descanso, da natureza, da família já existe há mais de seis mil anos, e foi estabelecido pelo Criador (confira Gênesis 2:1-3 e Êxodo 20:8-11). Os adventistas creem que a controvérsia sábado (memorial da criação e quarto mandamento da lei de Deus) versus domingo (mandamento do catecismo e sinal da pretensa autoridade romana) se tornará mais intensa à medida que o fim se aproxima, culminando na imposição de uma lei que obrigará todos a reservar o domingo como dia de repouso. E, pelo andar da carruagem, parece que a grande maioria das pessoas se submeterá tranquilamente a essa lei. [MB]