Ele está preocupado com a natureza |
Tentar
conter o efeito da destruição de habitats e das alterações climáticas que
tenham origem em atividades humanas depende de todos, por isso os cientistas
escolheram um forte mobilizador de massas: o papa. Os cientistas perderam
a fé nos políticos e estão contando que os líderes religiosos possam ajudá-los
a mobilizar as pessoas a mudar o estilo de vida para que possam ser prevenidas catástrofes
(com informações do lê-se Telegraph).
A religião e a ciência têm tido vários conflitos ao longo da história, mas
quando o futuro do planeta está em jogo é preciso unir esforços – e a Igreja Católica
tem 1,2 bilhão de fiéis. Os líderes religiosos têm um papel moral e de
proteção dos crentes – ajudá-los a encontrar fontes de combustível menos
poluentes pode servir tanto à vida das populações quanto ao ambiente.
“Os
cientistas naturais e sociais já fizeram a parte deles em documentar os danos
ambientais irreversíveis (embora com grandes incertezas), e já propuseram
medidas de mitigação específicas. O passo de transformação pode muito bem ser a
mobilização em massa da opinião pública pelo Vaticano e por outras religiões,
com uma ação coletiva pela salvaguarda do bem-estar da humanidade e do ambiente”,
afirmam os dois autores do ensaio “Em busca de um bem comum”, publicado pela Science, Veerabhadran Ramanathan,
climatólogo da Universidade da Califórnia, em San Diego, nos Estados Unidos,
e Partha Dasgupta, economista no St. Jonh’s College, em Cambridge, no
Reino Unido.
Não
foi uma escolha inocente, visto que o papa Francisco já demonstrou estar
preocupado com o ambiente. “Os problemas que motivam o Vaticano não são
diferentes daqueles que dizem respeito à comunidade científica: esgotamento dos
recursos não renováveis, perda de serviços do ecossistema e risco de
alterações climáticas. Mas aquilo em que o Vaticano pode contribuir é
fornecendo a base racional para agirmos: porque é da nossa
responsabilidade moral deixar um planeta habitável para as gerações futuras”,
diz Marcia McNutt, diretora editorial da Science Magazine.
O ensaio
surge depois de Veerabhadran Ramanathan e Partha Dasgupta terem organizado
um workshop – “Humanidade
sustentável, natureza sustentável, a nossa responsabilidade” – para
membros da Pontifica Academia das Ciências e da Pontífica Academia
das Ciências Sociais, de 2 a 6 de maio deste ano. Desde então, o papa Francisco
têm-se mostrado muito empenhado nessas questões. “É um milagre que oito
décadas de investigação entre o Dr. Dasgupta e eu sobre os
aspetos naturais e sociais das mudanças ambientais nos tenha
levado até aos líderes morais das religiões para salvar a humanidade
das alterações climáticas”, disse Ramanathan.
Nota:
Há alguns anos venho publicando aqui no blog notícias a respeito do que passou
a ser conhecido como ECOmenismo (confira aqui).
Outro blog que acompanha o tema é o Minuto Profético,
do pastor Sérgio Santeli, um dos primeiros no Brasil a chamar atenção para o assunto.
De lá para cá, a convergência de interesses dos aquecimentistas tem ficado cada
vez mais evidente, a ponto de cientistas apelarem agora ao próprio papa para
que ajude a “salvar o planeta”. Como já destaquei aqui, uma das propostas do Vaticano para ajudar a conter o aquecimento global é
o resgate do domingo como dia de repouso. Quem duvida de que todas as classes –
inclusive os cientistas que agora pedem ajuda – aceitarão essa proposta de
descanso dominical? Quando o medo é grande e existe um líder com carisma e
autoridade suficientes, as massas são facilmente conduzidas e aceitam propostas
que visam a salvar a vida delas. E ai daqueles que discordarem disso!
Evidentemente que ninguém vai discordar do fato de que o consumismo deve ser
reduzido, que as emissões de carbono devem ser contidas, que a família e os
trabalhadores precisam de mais tempo para o descanso e o lazer. O problema é o
dia escolhido para tudo isso. O verdadeiro dia de descanso, da natureza, da
família já existe há mais de seis mil anos, e foi estabelecido pelo Criador
(confira Gênesis 2:1-3 e Êxodo 20:8-11). Os adventistas creem que a controvérsia
sábado (memorial da criação e quarto mandamento da lei de Deus) versus domingo (mandamento do catecismo e
sinal da pretensa autoridade romana) se tornará mais intensa à medida que o fim
se aproxima, culminando na imposição de uma lei que obrigará todos a reservar o
domingo como dia de repouso. E, pelo andar da carruagem, parece que a grande
maioria das pessoas se submeterá tranquilamente a essa lei. [MB]