Ficção com conselhos úteis |
Para
o geriatra e biomédico Aubrey de Grey, vai chegar um ponto de desenvolvimento
em tratamentos antienvelhecimento em que as pessoas se dividirão em dois
grupos: as que vão morrer e as que não vão. Já parou para pensar no que uma
sociedade dividida entre mortais e imortais faria? Como esses dois grupos de
seres humanos interagiriam entre si? O que a imortalidade mudaria em questões
relacionadas a emprego e casamento, por exemplo? A verdade é que ainda não há
suposições suficientes para essas questões relacionadas à vida em sociedade.
Entretanto, já é possível saber o que os primeiros imortais comerão. Grey ainda
arrisca alguns palpites no quesito comportamental dos imortais e acredita que
as pessoas do futuro assumirão menos riscos: o número de motocicletas tende a
diminuir, e as pessoas possivelmente fumarão menos e, claro, terão mais
critérios na hora de escolher o que colocar no prato.
Ainda
que seja possível encontrar todo tipo de dieta específica para quem quer viver
mais, a dica que todo especialista em envelhecimento dá, quando o assunto é
alimentação, é realmente simples: restringir o número de calorias, o que
basicamente significa comer menos.
Testes
realizados em ratos revelaram que os animais que, na juventude, ingerem 15% menos
da quantidade calórica recomendada tinham mais tempo de vida. Em termos
humanos, essa diferença de tempo seria de cinco anos – a comparação, para Eric Ravussin, que se dedica a estudar a
evolução da saúde humana, é mais do que verdadeira.
Nesse
sentido, podemos dizer que os primeiros imortais comerão pequenas porções, mas
de quê? De acordo com o explorador Dan Buettner, que acompanhou de perto os
costumes de alguns povoados com grandes números de centenários, a alimentação
das pessoas que vivem muito é baseada em alto consumo de vegetais, leguminosas
e frutas, ingestão moderada de álcool e baixo consumo de carnes.
Ao
tentar prever padrões alimentares futuros, precisamos levar em consideração o
fato de que alguns itens, com o passar do tempo, ou deixarão de ser consumidos
ou serão consumidos em proporções muito menores, como é o caso das carnes e dos
laticínios. Acredita-se que os tradicionais hambúrgueres, por exemplo, serão
consumidos apenas em ocasiões especiais em 2050, e não de forma tão popular
como acontece hoje.
Com
relação aos alimentos naturais, a expectativa é de que exista aumento no
consumo de itens populares em regiões quentes, como é o caso do milho, do
pepino, do melão, do pimentão e da abóbora. Por outro lado, folhas como alface,
repolho e espinafre podem deixar de existir.
Essas
mudanças estão sendo previstas já há algum tempo. Só para você ter ideia, em
abril de 2014 foi publicado um relatório, encomendado pela Food Network ClimateResearch, que repassou algumas recomendações sobre alimentação:
comer mais itens de origem vegetal; diminuir o consumo de carne; beber água da
torneira; evitar gordura, açúcar e sal; e valorizar a comida, buscando saber
sua origem e evitando o desperdício.
Com
base em todas essas informações, o colunista Duncan Geere elaborou uma lista
com os principais itens da dieta dos primeiros imortais. Confira:
Vegetais: além de itens baratos e frescos,
são saudáveis e, em breve, serão mais populares do que nunca.
Leguminosas: feijão, ervilha e lentilha são
itens ricos em proteínas, fibras, vitaminas e minerais e, obviamente, serão
consumidos pelos imortais.
Pouquíssima
carne: os imortais
escolherão fontes alternativas de proteína e darão espaço ao tofu e à soja
também. A carne como consumimos hoje contribui para aumentar nossa resistência
a antibióticos, polui o meio ambiente e influi muito negativamente nas
alterações climáticas.
Água
e vinho: um pouco
de vinho não faz mal a ninguém [mas pra que arriscar?], e água é, definitivamente,
a melhor maneira de manter o corpo bem hidratado.
Pequenas
porções: vale
frisar que os imortais consumirão esses itens em pequenas quantidades. É bem
provável que futuramente a contagem de calorias dos alimentos seja mais popular
ainda.
Nota: Os conselhos do texto acima são
realmente válidos e importantes, embora o “gancho” da matéria (imortalidade)
seja pura ficção científica. É evidente que o ser humano não alcançará a
imortalidade com base em seus esforços. A imortalidade será um presente
conferido pelo Criador àqueles que aceitarem Seu projeto de vida eterna (João
3:16). Do contrário, você consegue imaginar o caos que seria uma Terra em que
algumas pessoas (as mais ricas, sempre) pudessem ser imortais e outras, não?
Teríamos um planeta dividido em duas classes em constante atrito. Um mundo com
pecadores “imortais”, o que seria? Quanta maldade se poderia produzir numa vida
de 300, 400, 500 anos? Ou a imortalidade por si só seria garantia de que as
injustiças, a corrupção, o ódio, a inveja, a vaidade, etc., desapareceriam?
Bem, como essas especulações são pura bobagem, nem vale a pena perder tempo com
elas. Fiquemos com as boas dicas dadas acima, cuja aplicação já nos traz
benefícios aqui e agora. Respondendo à pergunta do artigo: as primeiras pessoas
imortais vão comer os alimentos originalmente determinados por Deus para a
dieta humana (confira em Gênesis 1:29). Definitivamente, não comerão carne de
animais, pois a morte será coisa do passado. As pessoas imortais terão que
passar antes pelo processo de conversão, aqui nesta vida, a fim de possam viver
para sempre num mundo de paz, para pessoas que amam a paz. Que tal irmos nos
preparando para essa vida imortal que nos será dada de presente por Aquele que
tem a vida em Suas mãos? [MB]