Não é por falta de conhecimento |
A
revista Veja Rio desta semana divulgou
o lançamento do livro Você Pode Ser Feliz
Comendo, da terapeuta e pós-graduada em gastronomia funcional Karen Couto. Karen, que atende famosos
como a atriz Alinne Moraes, diz ser uma pessoa “muito espiritualizada” e dá
algumas dicas no livro, entre as quais esta: “Não misture frutas com comida,
nem sucos. Esse é um ensinamento da Igreja Adventista, entidade que entende tão
bem de alimentação quanto a medicina chinesa.” Não é a primeira vez que um
famoso ou alguém que não pertence à Igreja Adventista fala da importância dos
ensinamentos adventistas sobre saúde. No ano passado, o DJ KL Jay disse ter
comprado um livro adventista de um colportor e deixado de comer carne depois da
leitura do material (confira aqui). É como se as “pedras” estivessem clamando...
Na
semana passada, a venda de carnes contaminadas, vencidas, com substâncias
cancerígenas e misturadas com papel ganhou as páginas de jornais e revistas e
tomou conta das redes sociais. Inúmeros memes foram criados quase
instantaneamente, evidenciando mais uma vez a criatividade do brasileiro. O
tema virou piada, mas a coisa é séria. Há mais de cem anos, a escritora inspirada Ellen White já havia dado o
recado: “A carne nunca foi o
alimento melhor; seu uso agora é, todavia, duplamente objetável, visto as
moléstias nos animais estarem crescendo com tanta rapidez. [...] Quando os
que conhecem a verdade tomarão atitude ao lado dos princípios corretos para o
tempo e a eternidade? Quando serão fiéis aos princípios da reforma de saúde? Quando
aprenderão que é perigoso usar alimentos cárneos? Estou instruída a
dizer que, se em algum tempo foi seguro comer carne, não o é agora” (Conselhos
Sobre o Regime Alimentar, p. 384).
A Sra. White já dizia, inclusive, que a carne contém
elementos cancerígenos – isso que no tempo dela os animais viviam livres,
comendo basicamente pasto. Os anos passaram e hoje existem inúmeros estudos que
comprovam cientificamente os malefícios da dieta cárnea. Destaque para as
pesquisas da Universidade de Loma Linda, na Califórnia, e o Estudo Advento, da
USP.
O médico brasileiro Hildemar Santos é
professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Loma Linda, e
escreveu em 2015 um artigo intitulado “A carne é fraca”, curiosamente, quase o mesmo nome da operação da Polícia Federal que
desmantelou o esquema de venda e distribuição de carnes estragadas e contaminadas.
Na época, o Dr. Hildemar lembrou que a Organização Mundial de Saúde havia apresentado
um relatório colocando a carne processada na classe 1 de carcinogênicos, o que apontou
como fator definitivo para o câncer do intestino carnes tipo salsichas, linguiças,
presunto, bacon, hambúrguer e mortadela.
O mesmo relatório
classificou a carne vermelha como fator provável para o câncer, e colocou a carne
processada na mesma posição que o cigarro e o álcool como fatores cancerígenos
definitivos. “A gordura saturada da carne aumenta o colesterol e a presença de
ácidos graxos livres os quais bloqueiam os receptores celulares de insulina,
causando aumento da glicose no sangue. As carnes defumadas e o churrasco, ou
carne assada num sistema em que a gordura derrete, é superaquecida e produz
fumaça que impregna a carne com benzopireno, o qual é uma das substâncias
cancerígenas do cigarro”, explica o médico.
O Dr. Hildemar conta
que um dia encontrou uma pessoa que admitiu: “Trabalho em um matadouro local
[nos Estados Unidos] e tenho visto todo o tipo de animais mortos. Muitas vezes
uma vaca é sacrificada porque está muito doente e sua carne é extraída e
enviada para o açougue. Se a carne já está contaminada aí é enviada para a
fábrica de salsichas ou carne processada, onde é misturada com químicos que
tiram o cheiro, retornam a cor vermelha e mantêm a textura. Em minha opinião,
esta é a causa de câncer: carne de vaca deteriorada, mas recuperada com
químicos.”
Como se pode ver, a
venda de carnes duvidosas não é privilégio do Brasil e é uma prática de longa
data. Os últimos fatos divulgados na mídia apenas servem novamente de alerta e
podem ajudar a motivar algumas pessoas a fazer mudanças em seu estilo de vida.
Para os adventistas, isso não deveria ser novidade, afinal, há mais de cem anos
sabemos que “cânceres, tumores e toda enfermidade inflamatória são causados em
grande parte pelo alimento cárneo. Segundo a luz que Deus me deu, a
predominância do câncer e dos tumores é em grande parte devida ao uso abundante
de carne de animais mortos” (Ellen G. White, Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 388, texto originalmente
escrito em 1896).
É bom saber que
pessoas que não pertencem à Igreja Adventista, como a terapeuta Karen Couto, estão reconhecendo o tesouro
que Deus legou à Sua igreja e sendo beneficiadas por esse conhecimento. Quando
será que os destinatários primários desse presente darão a ele o devido valor?
Michelson Borges