sexta-feira, março 17, 2017

Frigoríficos vendem carnes podres e contaminadas

Vai uma carne podre aí?
Dentre as irregularidades investigadas pela Operação Carne Fraca, da Polícia Federal (PF), estão a liberação de lotes de carne estragadas, contaminadas com bactérias e com utilização de produtos cancerígenos. A operação é a maior da história da PF e foi deflagrada na manhã desta sexta-feira, apurando irregularidades na fiscalização de frigoríficos. Em nota, a Polícia Federal informou que aproximadamente 1.100 policiais federais estão cumprindo 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados e em empresas supostamente ligadas ao esquema. Essa é a maior operação policial da história da PF.

Segundo decisão da justiça, a veterinária da Peccin Industrial Ltda – empresa envolvida nos casos investigados – relata “a utilização de carnes estragadas na composição de salsichas e linguiças, a ‘maquiagem’ de carnes estragadas com a substância cancerígena ácido ascórbico, carnes sem rotulagem e sem refrigeração”.

A Polícia Federal também interceptou conversa entre dois integrantes do Ministério da Agricultura falando sobre a transferência de uma fiscal que teria encontrado problemas de infecção com a bactéria Salmonella em lote da empresa Rio Verde e tomava medidas para fechar essa unidade de produção.


Nota 1: Grandes marcas como a Friboi, a Seara e a Swift estão envolvidas nas investigações. Clique aqui para conferir. E o delegado disse que toda a carne consumida no Brasil está sob suspeita (confira). A carne boa já tem coliformes fecais (confira).

Nota 2: O aviso foi dado há mais de cem anos: “A carne nunca foi o alimento melhor; seu uso agora é, todavia, duplamente objetável, visto as moléstias nos animais estarem crescendo com tanta rapidez. [...] Quando os que conhecem a verdade tomarão atitude ao lado dos princípios corretos para o tempo e a eternidade? Quando serão fiéis aos princípios da reforma de saúde? Quando aprenderão que é perigoso usar alimentos cárneos? Estou instruída a dizer que, se em algum tempo foi seguro comer carne, não o é agora” (Ellen G. White, Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 384).

Neste mundo de alta produção e alto consumo, com preocupação excessiva com a lucratividade, com fiscalizações ineficientes, o que garante a boa procedência de produtos perecíveis e altamente contamináveis como a carne? Quem quiser continuar comendo é por sua conta e risco.