Um dos livros de Deus |
1.
Cuidado com a falsa
ciência. Há diversas advertências
contra a falsa ciência (ciência humana, filosofia), como é o caso dos exemplos
a seguir: “Hoje os homens declaram que os ensinos de Cristo concernentes a Deus
não podem ser provados pelas coisas do mundo natural, que a natureza não está
em harmonia com as escrituras do Antigo e Novo Testamentos. Não existe essa
suposta falta de harmonia entre a natureza e a ciência. A Palavra do Deus do
Céu não está em harmonia com a ciência humana, mas em perfeito acordo com Sua
própria ciência criada” (Olhando Para o Alto,
[MM 1983], 21 de setembro). “Aos olhos dos
homens, a vã filosofia e a falsamente chamada ciência são de mais valor do que
a Palavra de Deus. Prevalece em grande medida a ideia de que o Mediador
divino não é necessário à salvação dos homens. Teorias várias, avançadas pelos
chamados sábios segundo o mundo, destinadas ao enobrecimento do homem, são
acolhidas e acreditadas mais do que a verdade divina, ensinada por Cristo e
Seus apóstolos” (Review and Herald,
8 de novembro de 1892).
2. Ciência no Éden. “Aos
cuidados de Adão e Eva foi confiado o jardim, ‘para o lavrar e o guardar’ (Gn
2:15). Conquanto fossem ricos em tudo que o Possuidor do Universo pudesse
proporcionar, não deveriam estar ociosos. Foi-lhes designada uma útil ocupação,
como uma bênção, para fortalecer-lhes o corpo, expandir a mente e desenvolver o
caráter. O
livro da natureza, que estendia suas lições vivas diante deles, ministrava uma
fonte inesgotável de instrução e deleite. Em cada folha da floresta, ou pedra
das montanhas, em cada estrela brilhante, na terra, no mar e no céu, estava
escrito o nome de Deus. Tanto com a criação animada como com a inanimada; ou
seja, com a folha, flor e árvore, e com todos os viventes desde o leviatã das
águas até ao ser microscópico em um raio de luz, entretinham os habitantes do
Éden conversa, juntando de cada um o segredo de seu viver. A glória de Deus nos
céus, os incontáveis mundos nas suas sistemáticas revoluções, o ‘equilíbrio das
grossas nuvens’ (Jó 37:16), os mistérios da luz e do som, do dia e da noite – tudo era objeto para
estudo, aos alunos da primeira escola terrestre. [...]
“Ao sair das mãos
do Criador, não somente o Jardim do Éden, mas a Terra toda era eminentemente
bela. Mancha alguma do pecado, nem sombra de morte, deslustravam a linda
criação. A glória de Deus cobria ‘os céus, e a Terra encheu-se do Seu louvor’
(Hc 3:3). [...]
“O Jardim do Éden
era uma representação do que Deus desejava se tornasse a Terra toda; e era Seu
intuito que, à medida que a família humana se tornasse mais numerosa,
estabelecesse outros lares e escolas semelhantes à que Ele havia dado. Dessa
maneira, com o correr do tempo, a Terra toda seria ocupada com lares e escolas
em que as palavras e obras de Deus seriam estudadas e onde os estudantes mais e
mais ficariam em condições de refletir pelos séculos sem fim a luz do
conhecimento de Sua glória” (Educação,
21, 22).
3.
Ciência na Nova Terra. De
acordo com Ellen White, haverá cientistas na Nova Terra: “O Céu é uma escola; o
campo de seus estudos, o Universo; seu professor, o Ser infinito. Uma
ramificação dessa
escola foi estabelecida no Éden; e, cumprindo o plano da redenção,
reassumir-se-á a educação na escola edênica” (Educação,
301).
“Ali, quando for
removido o véu que obscurece a nossa visão, e nossos olhos contemplarem aquele
mundo de beleza de que ora apanhamos lampejos pelo microscópio; quando olharmos
às glórias dos céus hoje esquadrinhadas de longe pelo telescópio; quando,
removida a mácula do pecado, a Terra toda aparecer ‘na beleza do Senhor nosso
Deus’ –
que campo se abrirá ao nosso estudo! Ali o estudante da ciência poderá ler os
relatórios da criação, sem divisar coisa alguma que recorde a lei do mal.
Poderá escutar a melodia das vozes da natureza, e não perceberá nenhuma nota de
lamento ou tristezas. Poderá enxergar em todas as coisas criadas uma escrita;
contemplará no vasto Universo, escrito em grandes letras, o nome de Deus; e nem
na Terra, nem no mar ou no céu permanecerá um indício que seja do mal” (ibidem, 303).
“Todos os tesouros
do Universo estarão abertos ao estudo dos remidos de Deus” (ibidem, 307).
4.
Ciência na era
do pecado. “Muitos imaginam que todo
o conhecimento adquirido na Terra tornar-se-á obsoleto após a volta de Jesus.
Existem mesmo passagens bíblicas e do Espírito de Profecia as quais, fora do
contexto maior, parecem apoiar essa ideia. De fato, isso é verdade para algumas
formas de conhecimento, mas não para todas.
“Seremos julgados
de acordo com o que nos cumpria fazer, mas que não executamos por não usar
nossas capacidades para glorificar a
Deus. Mesmo que não percamos a salvação, reconheceremos na eternidade a consequência de não empregarmos
nossos talentos. Haverá eterna perda por todo conhecimento e capacidade não
alcançados, que poderíamos ter ganho.
“Mas se nos
entregarmos completamente a Deus, e seguirmos Sua direção em nosso trabalho,
Ele mesmo Se responsabilizará pelo cumprimento. Não quer que nos entreguemos a
conjeturas sobre o êxito de nossos esforços honestos. Nem uma vez devemos
pensar em fracasso. Devemos cooperar com Aquele que não conhece fracasso.
“Não devemos falar
de nossa fraqueza e inaptidão. Com isso manifestamos desconfiança para com
Deus, e negamos Sua Palavra” (Mensagens aos Jovens,
309).
“Aquele que
conhece a Deus e a Sua Palavra por experiência pessoal [...] sabe que, na
verdadeira ciência, nada pode haver que esteja em contradição com o ensino da
Palavra; uma vez que procedem ambas do mesmo Autor, a verdadeira compreensão
delas demonstrará sua harmonia.
“A esse estudante,
a pesquisa científica abrirá vastos campos de pensamentos e informações. Ao ele
contemplar as coisas da natureza, advém-lhe uma nova percepção da verdade. O
livro da natureza e a Palavra escrita derramam luz um sobre o outro. Ambos o
fazem relacionar-se melhor com Deus, ensinando-lhe o que concerne ao Seu
caráter e às leis por meio das quais Ele opera” (A
Ciência do Bom Viver, 462).
“Deus é o autor da
ciência. As pesquisas científicas abrem ao espírito vasto campo de ideias e informações,
habilitando-nos a ver Deus em Suas obras criadas. A ignorância pode tentar
apoiar o ceticismo, apelando para a ciência; em vez de o sustentar, porém, a
verdadeira ciência contribui com novas provas da sabedoria e do poder de Deus.
Devidamente compreendidas, a ciência e a Palavra escrita concordam entre si,
lançando luz uma sobre a outra. Juntas, conduzem-nos para Deus, ensinando-nos
algo das sábias e benéficas leis por que Ele opera” (Conselhos
aos Pais, Professores e Estudantes, 426).
“Há poder no
conhecimento de ciências de toda a espécie, e é desígnio de Deus que a ciência
avançada seja ensinada em nossas escolas como preparação para a obra que há de
preceder as cenas finais da história terrestre. A verdade deve ir aos mais
remotos confins da Terra mediante pessoas preparadas para a obra. Mas, embora
haja poder no conhecimento da ciência, o conhecimento que Jesus veio transmitir
pessoalmente ao mundo era o conhecimento do evangelho. A luz da verdade devia
lançar seus brilhantes raios nas partes mais longínquas da Terra, e a aceitação
ou a rejeição da mensagem de Deus envolvia o destino eterno das almas” (Fundamentos
da Educação Cristã, 186).
“Depois da Bíblia,
a natureza deve ser o nosso maior livro de texto. Não há virtude, porém, em
deificar a natureza, pois isto seria exaltar a coisa feita acima do grande
Construtor Mestre que planejou a obra e a mantém em atividade todo o tempo
segundo o Seu desígnio. Ao semearmos a semente e cultivarmos a planta, devemos
lembrar-nos de que Deus criou a semente e a destinou à terra. Por Seu divino
poder ele cuida desta semente. É por determinação Sua que a semente ao morrer
dá sua vida à erva e à espiga que contém em si outras sementes que serão
armazenadas e de novo lançadas à terra para dar a sua colheita. Podemos também
estudar como a cooperação do homem desempenha uma parte. O ser humano tem sua
parte a desempenhar, sua obra a fazer. Essa é uma das lições que a natureza
ensina, e nela temos de ver uma obra bela e solene.
“Fala-se muito a
respeito de Deus na natureza, como se o Senhor estivesse obrigado por leis da
natureza a ser servo desta. Muitas teorias levariam a mente a supor que a natureza
é um instrumento autossustentado
independentemente da Divindade, tendo o seu poder inerente com que operar.
Nisto os homens não sabem de que estão falando. Supõem eles que a natureza tem
um poder autoexistente sem a contínua assistência de Jeová? O Senhor não age por meio de Suas leis para
ultrapassar as leis da natureza. Ele realiza a Sua obra por meio das leis e
atributos de Seus instrumentos, e a natureza obedece a um ‘Assim diz o Senhor’.
“O Deus da
natureza está perpetuamente em trabalho. Seu infinito poder opera de modo
invisível, mas as manifestações aparecem nos efeitos que a obra produz. O mesmo
Deus que guia os planetas opera no plantio do fruto e na horta de vegetais.
Jamais Ele criou um espinho, um cardo, uma erva daninha. Estes são obras de
Satanás, resultado de degeneração, por ele introduzidas entre as coisas
preciosas; mas é por meio da imediata ação de Deus que cada botão se abre em
flor” (Conselhos
sobre Educação, 171-172).
“Ao mesmo tempo em
que a Bíblia deve ter o primeiro lugar na educação das crianças e jovens, o
livro da Natureza ocupa o lugar imediato em importância. As obras criadas de
Deus testificam de Seu amor e poder. Ele trouxe à existência o mundo,
juntamente com tudo que nele se contém” (Exaltai-O Como o Criador,
[MM 1992], 22 de fevereiro).
“Desde que o
espírito e a alma encontram expressão mediante o corpo, tanto o vigor mental
como o espiritual dependem em grande parte da força e atividade física. O que
quer que promova a saúde física, promoverá o desenvolvimento de um espírito
robusto e um caráter bem-equilibrado. Sem saúde ninguém pode compreender
distintamente suas obrigações, ou completamente cumpri-las para consigo mesmo,
seus semelhantes ou seu Criador. Portanto, a saúde deve ser tão fielmente
conservada como o caráter. Um conhecimento de fisiologia e higiene deve ser a
base de todo esforço educativo.
“Apesar de serem
hoje os fatos da fisiologia tão geralmente compreendidos, há uma indiferença
alarmante em relação aos princípios da saúde. Mesmo dentre os que conhecem
estes princípios, poucos há que os ponham em prática. Seguem a inclinação ou o
impulso tão cegamente, como se a vida fosse dirigida por mero acaso em vez de o
ser por leis definidas e invariáveis” (Educação,
195).
“A relação do organismo
físico com a vida espiritual é um dos ramos mais importantes da educação. Deve
receber cuidadosa atenção no lar e na escola. Todos precisam enfronhar-se em
sua constituição física e nas leis que regem a vida natural. Quem permanece em
ignorância voluntária das leis de seu físico, e as viola por ignorância, está
pecando contra Deus. Todos devem colocar-se na melhor relação possível com a
vida e a saúde. Nossos hábitos devem ser submetidos ao domínio de uma mente que
por sua vez esteja sob a direção de Deus” (Parábolas de Jesus,
348).
“As leis
obedecidas pela Terra revelam o fato de que ela está sob o excelso poder de um
Deus infinito. Os mesmos princípios regem o mundo espiritual e o mundo natural.
Separai a Deus e Sua sabedoria da aquisição de conhecimento, e tereis uma
educação claudicante e unilateral, morta para todas as qualidades salvadoras
que dão poder ao homem, de modo que seja incapaz de obter imortalidade por meio
da fé em Cristo. O Autor da natureza é o Autor da Bíblia. A criação e o cristianismo
têm um só Deus. Todos os que se empenham na aquisição de conhecimento devem
almejar atingir o mais alto degrau do progresso. Avancem eles tão depressa e
tão longe quanto puderem; seja o seu campo de estudo tão amplo quanto possam
abranger as suas faculdades, tornando a Deus sua sabedoria, apegando-se Àquele
que é infinito em conhecimento, que pode revelar os segredos ocultos durante
séculos, que pode solver os problemas mais difíceis para as mentes que crêem
nAquele que é o único que possui imortalidade, que habita em luz inacessível. A
testemunha viva para Cristo, prosseguindo em conhecer ao Senhor, saberá que
como a alva será a sua saída. ‘Tudo o que o homem semear, isso também ceifará’ (Gl 6:7). Por meio de honestidade
e laboriosidade, mediante o devido cuidado do corpo, aplicando todas as
faculdades mentais na aquisição de conhecimento e sabedoria nas coisas
espirituais, toda alma pode ser completa em Cristo, o qual é o modelo perfeito
do homem completo” (Fundamentos da Educação
Cristã, 375,
376).
“Os jovens que
desejam entrar no campo como pastores ou colportores, devem primeiro obter um
razoável grau de preparo mental, bem como ser especialmente exercitados para
sua carreira. Os que não foram educados, exercitados e polidos não se acham
preparados para entrar num campo onde as poderosas influências do talento e da
educação combatem as verdades da Palavra de Deus. Tampouco podem eles enfrentar
com êxito as estranhas formas de erros religiosos e filosóficos combinados,
cuja exposição requer conhecimento de verdades científicas, como também
bíblicas” (Conselhos aos Pais,
Professores e Estudantes, 514).
(Compilação de Eduardo Lütz)