quarta-feira, março 11, 2009

O dilúvio foi copiado de lendas de outros povos?

Os fatos apresentados nesse tipo de explicação podem ser vistos de dois ângulos. Você pode, por exemplo, dizer que o dilúvio foi copiado de antigas lendas pagãs (há muitas sobre o dilúvio), ou acreditar que não eram lendas, mas um conhecimento do dilúvio que acabou misturado com sua cultura. O mesmo sobre o Sol e a menção que a Bíblia faz dele em relação a Cristo, como o “Sol da Justiça”, por exemplo. Será que o cristianismo copiou do paganismo a noção de Jesus/Sol ou esse era um conhecimento real e dado por Deus que acabou se mesclando com sua cultura?

O mesmo você pode dizer da ressurreição, do sacrifício vicário, da santa ceia e de tantos outros aspectos do cristianismo que possuem um correspondente no paganismo. O fato de algo ter um correspondente no paganismo não quer dizer necessariamente que o correspondente pagão tenha sido o que surgiu primeiro. Como no caso do dilúvio, primeiro veio o conhecimento divino dado a Noé, e depois as lendas pagãs. O mesmo se pode dizer do monoteísmo. Há religiões pagãs monoteístas, como uma que dominou o Egito em um determinado tempo, ou outra instituída por um rei Inca em sua época. Teria o judaísmo ou cristianismo monoteísta ido buscar a ideia nesses povos ou seria o contrário?

Vários povos antigos tinham a noção de um salvador que viria do céu, e alguns alegam que os Maias tenham se deixado dominar pelos espanhóis por considerarem aqueles homens enormes (nos primeiros encontros eles não entendiam que o cavalo não fazia parte do homem) como o salvador anunciado. Será que o messianismo judaico-cristão emprestou desses povos antigos a ideia de um Messias ou foi o contrário, isto é, esses povos em algum momento do passado tiveram contato com a revelação divina de um Messias e acabaram incorporando isso em suas culturas?

Um excelente livro sobre o assunto é O Fator Melquisedeque, de Don Richardson, missionário que encontrou vários exemplos de paralelos cristãos em povos indígenas de todo o mundo. Sua tese é que Deus preparou os homens para as Suas verdades e que esse preparo acabou incorporado às suas culturas, de forma que não achassem estranho quando alguém lhes falasse de um dilúvio universal, de um Messias, um Salvador, um sacrifício substitutivo, etc.

O próprio Don Richardson viveu em uma tribo da Nova Guiné onde a porta para a aceitação do evangelho foi o conceito que tinham do “Totem da Paz”, ou seja, quando uma tribo queria ter paz com outra, entregava um de seus filhos, uma criança, que precisava ser criada pela outra tribo. Enquanto a criança vivesse, elas não poderiam guerrear. Quando o missionário disse aos indígenas que Deus entregou Seu filho para fazer a paz conosco, e como o Filho está hoje ressuscitado e não morre mais é possível ter paz com Deus eternamente, tiveram início as conversões.

Leia um trecho da apresentação do livro:

“Deus preparou o mundo para o Evangelho

“Uma vez por ano, os artesãos de uma tribo da Indonésia constroem um barco de madeira em miniatura e o levam à beira do rio. O chefe religioso da tribo amarra uma galinha num lado do barquinho e coloca uma lanterna acesa no outro lado. Logo em seguida, cada membro da tribo passa perto do barquinho e coloca um objeto invisível entre a galinha e a lanterna.

“Quando se pergunta às pessoas o que deixaram no barquinho, elas respondem: meu pecado. Depois, o chefe deixa o barquinho ser levado pela correnteza do rio, enquanto os expectadores gritam: ‘Estamos salvos!’ Embora essa cerimônia religiosa não salve ninguém do seu pecado, Don Richardson a vê como exemplo de uma ponte para o conhecimento do Evangelho.

“Neste livro, Richadson conta mais 25 histórias fascinantes, que mostram a semente do Evangelho deixada por Deus em cada cultura do mundo. Ele chama esse tipo de revelação geral de Deus o Fator Melquisedeque, usando o nome do sacerdote a quem Abraão prestou homenagem no Livro de Gênesis.

“Este livro mudará as ideias de muitos cristãos sobre os povos pagãos e sobre a soberania de Deus.”

(O Que Respondi)