Com uma
beleza encantadora e retorcida, os pinheiros Pinus longaeva, conhecidos
em inglês como “bristlecones” (palavra que pode ser traduzida como “cones de
cerdas”), têm entre 1.000 e cerca de 4.800 anos de idade, e estão em uma área
protegida no alto das Montanhas Brancas no leste da Califórnia, 25 quilômetros
a leste de Bishop. Às vezes é difícil até mesmo imaginar a quantidade de
história que essas plantas viram passar. “Essas árvores eram jovens quando
machados de pedra eram usados pela primeira vez na Europa, quando a Grande
Pirâmide de Khufu (Quéops) estava sendo construída, e tabletes cuneiformes de
argila estavam sendo usados no norte da Síria”, diz o website da cidade de Bishop. Para ver essas maravilhas
naturais inspiradoras, é preciso ir até a Ancient Bristlecone Pine
Forest (floresta antiga dos pinheiros bristlecones) e subir cerca de três mil
metros até Shulman Grove (pico Shulman) ou mais 20 quilômetros até o pico
Patriarch (Patriarch Grove) a 3.415 metros.
Naturalmente,
você será recompensado depois de tanta caminhada. Em Patriarch Grove, você
encontrará o maior
pinheiro bristlecone do mundo, a Árvore Patriarca. Uma visão tão surreal que
diversos fotógrafos viajam até esse bosque para registrar a paisagem
espetacular.
É nessa floresta que fica também uma das mais antigas árvores da Terra, apelidada de “Matusalém” (em homenagem a Matusalém, a pessoa que viveu por mais tempo na Bíblia), com quase 5.000 anos de idade. No entanto, boa sorte em encontrá-la, já que sua localização exata não é revelada pelo Serviço Florestal dos EUA, para protegê-la de vandalismo.
Apesar de
os bristlecones ainda serem considerados as árvores mais antigas do mundo, em
abril deste ano pesquisadores encontraram um outro pinheiro, que
recebeu o nome de Velho Tjikko, na montanha Fulufjället, em
Dalarna, na Suécia, que parece ter
9.550 anos. No entanto, esse ser vivo é como uma cópia genética da primeira
árvore que esteve ali – um “clone”. Sob a coroa do pinheiro, foram encontradas
na verdade quatro “gerações” da árvore, com 375, 5.660, 9.000 e 9.550 anos.
Como os abetos podem se multiplicar através de raízes penetrantes, eles podem
produzir cópias exatas de si mesmo – a árvore que está crescendo naquele local
parece “nova”, mas os pedaços de madeira com 9.550 anos têm o mesmo material
genético.
Nota: A
despeito das incertezas geradas pelos métodos de datar
árvores (anéis de crescimento podem variar em tamanho e taxa de crescimento, dependendo
das condições climáticas), chama atenção o fato de que nenhuma das árvores mais
antigas do mundo (embora sejam virtualmente imortais) ultrapassa (geralmente) a
marca dos cinco mil anos, o que nos levaria mais ou menos à época do dilúvio.
Também é interessante o fato de que os bristlecones estão localizados numa
região elevada, que provavelmente teria sido uma das primeiras a revelar terra
seca à medida que as águas da grande inundação iam abaixando. Árvores antigas
como as sequoias também seguem esse mesmo padrão (confira aqui).[MB]