terça-feira, julho 02, 2013

As árvores mais velhas do mundo

Com uma beleza encantadora e retorcida, os pinheiros Pinus longaeva, conhecidos em inglês como “bristlecones” (palavra que pode ser traduzida como “cones de cerdas”), têm entre 1.000 e cerca de 4.800 anos de idade, e estão em uma área protegida no alto das Montanhas Brancas no leste da Califórnia, 25 quilômetros a leste de Bishop. Às vezes é difícil até mesmo imaginar a quantidade de história que essas plantas viram passar. “Essas árvores eram jovens quando machados de pedra eram usados pela primeira vez na Europa, quando a Grande Pirâmide de Khufu (Quéops) estava sendo construída, e tabletes cuneiformes de argila estavam sendo usados no norte da Síria”, diz o website da cidade de Bishop. Para ver essas maravilhas naturais inspiradoras, é preciso ir até a Ancient Bristlecone Pine Forest (floresta antiga dos pinheiros bristlecones) e subir cerca de três mil metros até Shulman Grove (pico Shulman) ou mais 20 quilômetros até o pico Patriarch (Patriarch Grove) a 3.415 metros.

Naturalmente, você será recompensado depois de tanta caminhada. Em Patriarch Grove, você encontrará o maior pinheiro bristlecone do mundo, a Árvore Patriarca. Uma visão tão surreal que diversos fotógrafos viajam até esse bosque para registrar a paisagem espetacular.

É nessa floresta que fica também uma das mais antigas árvores da Terra, apelidada de “Matusalém” (em homenagem a Matusalém, a pessoa que viveu por mais tempo na Bíblia), com quase 5.000 anos de idade. No entanto, boa sorte em encontrá-la, já que sua localização exata não é revelada pelo Serviço Florestal dos EUA, para protegê-la de vandalismo.

Apesar de os bristlecones ainda serem considerados as árvores mais antigas do mundo, em abril deste ano pesquisadores encontraram um outro pinheiro, que recebeu o nome de Velho Tjikko, na montanha Fulufjället, em Dalarna, na Suécia, que parece ter 9.550 anos. No entanto, esse ser vivo é como uma cópia genética da primeira árvore que esteve ali – um “clone”. Sob a coroa do pinheiro, foram encontradas na verdade quatro “gerações” da árvore, com 375, 5.660, 9.000 e 9.550 anos. Como os abetos podem se multiplicar através de raízes penetrantes, eles podem produzir cópias exatas de si mesmo – a árvore que está crescendo naquele local parece “nova”, mas os pedaços de madeira com 9.550 anos têm o mesmo material genético.





Nota: A despeito das incertezas geradas pelos métodos de datar árvores (anéis de crescimento podem variar em tamanho e taxa de crescimento, dependendo das condições climáticas), chama atenção o fato de que nenhuma das árvores mais antigas do mundo (embora sejam virtualmente imortais) ultrapassa (geralmente) a marca dos cinco mil anos, o que nos levaria mais ou menos à época do dilúvio. Também é interessante o fato de que os bristlecones estão localizados numa região elevada, que provavelmente teria sido uma das primeiras a revelar terra seca à medida que as águas da grande inundação iam abaixando. Árvores antigas como as sequoias também seguem esse mesmo padrão (confira aqui).[MB]