Os
líderes religiosos espalhados pelo planeta podem ajudar muito na preservação da
natureza. Pesquisadores da Universidade Sueca de Ciências Agrícolas (SLU), na
Suécia, defendem que líderes religiosos podem ter um papel determinante se influenciarem seus seguidores a cuidarem do
meio ambiente. Um novo estudo mostra que sempre que os líderes religiosos
desejavam alguma mudança ao longo da história, eles estavam em uma posição ideal para influenciar as pessoas
– e podem fazer o mesmo em relação à preservação do meio ambiente. Os
pesquisadores analisaram quais são as áreas com maior biodiversidade no mundo e
quais são as religiões mais seguidas em cada uma dessas regiões. “Nossa análise
indica que a maioria das áreas mais importantes se encontra em países dominados
pelo cristianismo, especialmente pelo catolicismo romano”, conta Grzegorz
Mikusinski, pesquisador da SLU que coordena o estudo.
Além
da religião católica romana, que influencia amplamente países
latino-americanos, outras religiões de grande influência em locais importantes
para a biodiversidade são o budismo (sudoeste asiático), hinduísmo (Índia) e
islamismo (Ásia menor, nordeste e centro da África).
Os
pesquisadores acreditam que membros de
grupos religiosos podem começar a se preocupar mais em conservar a natureza se
forem guiados por discursos morais de preservação dos recursos naturais para as
próximas gerações.
A
maioria das religiões sempre pregou atitudes moralmente boas, e durante séculos
mostram para as pessoas o que seria certo e errado de acordo com valores morais. Mikusinski acredita que
os líderes religiosos têm o potencial de fazer “milagres” nos locais de grande
biodiversidade a partir de seus discursos.
Os
resultados do estudo mostram que os católicos romanos são os que têm o maior
potencial de preservar a diversidade biológica onde vivem. A Igreja Católica acaba de eleger o papa Franscico, que tem um nome
associado ao “santo verde” do catolicismo, Francisco de Assis – o santo
padroeiro da ecologia. Os pesquisadores esperam que o papa e outros líderes
religiosos se envolvam ativamente no debate sobre a conservação da natureza.
Embora a ciência e a religião vivam em conflitos, a união entre as duas áreas
pode ser muito importante para o futuro do planeta.
Nota:
Texto bastante revelador esse aí. Quando o assunto é preservação da Terra, a
ciência naturalista e a religião podem e devem dar-se as mãos. Note que o apelo
dos pesquisadores é para que os líderes religiosos usem seu poder de influência
para convencer seus seguidores a se engajar na luta pela preservação do meio
ambiente, e para que façam isso mostrando que essa luta tem que ver com valores
morais. Então citam o papa Francisco como peça-chave nessa campanha, até porque
ele adotou o nome do “santo verde”. Não nos esqueçamos de que uma das propostas ECOmênicas da Igreja Católica consiste na observância do domingo como dia santo
e de descanso (para as pessoas, as famílias e a natureza). Portanto, o domingo
se reveste de um valor moral para as pessoas que o consideram sagrado. Aqui os
interesses convergem, pois mesmo quem não atribui caráter moral/sagrado ao
primeiro dia da semana aceita a proposta de que ele seja dedicado à família e
ao baixo consumo de carbono. E qualquer um que discordar disso (da observância
do domingo como dia “santo”), ainda que seja plenamente a favor da preservação
do meio ambiente, será visto como inimigo do bem. [MB]