segunda-feira, setembro 16, 2013

Galáxias antigas já tinham forma atual

Se você ouvir um saudosista dizer que já não se fazem mais galáxias como antigamente, saiba que é mentira. Um estudo acaba de mostrar que desde 11,5 bilhões de anos atrás o Universo já tinha galáxias nas mesmas formas que elas têm hoje. Sabe-se que as galáxias se formaram relativamente cedo na história do cosmos. A Via Láctea, por exemplo, tem cerca de 13 bilhões de anos, nascida apenas 800 milhões de anos após o Big Bang. Contudo, os cientistas imaginavam que as galáxias, quando bebês, deviam ser bem diferentes - menos evoluídas - que as atuais. Era o que sugeriam modelos sobre a formação dessas estruturas. Novos resultados, obtidos com o Telescópio Espacial Hubble, contestam essa ideia. Eles mostram que cerca de 2,3 bilhões de anos depois do Big Bang as galáxias já tinham mais ou menos a forma atual. “Isso significa que as galáxias amadurecem de forma mais rápida do que se acreditava”, diz Gastão Lima Neto, astrônomo da USP que não participou do estudo.

O uso do telescópio espacial não poderia ser mais adequado. Foi o astrônomo americano Edwin Hubble (1889-1953) quem fez o primeiro estudo consistente da evolução das galáxias. O chamado diagrama de diapasão de Hubble cobre todos os tipos galácticos vistos no cosmos, entre eles as espirais (como a nossa Via Láctea).

Vasculhando as profundezas do espaço, os astrônomos conseguem observar como as galáxias eram. (Como elas estão muito longe, a luz delas demora a chegar à Terra, o que explica por que o estudo dos objetos mais distantes equivale a enxergar o passado cósmico.)

Estudos anteriores já haviam sondado galáxias de até oito bilhões de anos atrás e viam que o esquema de Hubble se sustentava. O novo trabalho, feito com dados de um projeto chamado Candels somado a imagens colhidas em dois instrumentos do telescópio espacial, empurra mais 2,5 bilhões de anos na direção do passado e mostra que, naquela época, as galáxias já tinham o padrão das atuais.

No total, os pesquisadores observaram 1.671 galáxias espalhadas pelo Universo. E a ideia é não parar por aí. “Continuaremos a sondar épocas cada vez mais remotas para tentar identificar em que momento as galáxias evoluídas começam a aparecer pela primeira vez”, disse à Folha Mauro Giavalisco, pesquisador da Universidade de Massachusetts, nos EUA, e um dos autores do trabalho, publicado no periódico The Astrophysical Journal. “Isso irá nos ajudar a entender qual é o processo físico responsável por fazer as galáxias pararem de formar estrelas e envelhecerem.”


Nota: Isso me lembra das pesquisas feitas nas áreas da paleontologia e da biologia, as quais estão descobrindo que a complexidade já existia muito antes de os cientistas suporem que fosse possível, porque, “contaminados” pela filosofia evolucionista, imaginam que tudo deva ter tido uma origem rudimentar e ganhado complexidade posteriormente, ao longo de bilhões de anos (nem preciso dizer que esse tipo de pensamento é anticientífico, pois vai contra as leis da termodinâmica e da informática, segundo as quais sistemas fechados tentem à desordem se deixados por si sós e a origem da informação [ainda mais do tipo complexa e específica] depende de uma fonte informante). Parece que esse padrão biológico de complexidade existente desde sempre se repete em âmbito cósmico. Se o pensamento evolucionista for aplicado ao cosmos, de fato as galáxias deviam ser rudimentares lá nos primórdios do Universo, mas não é o que se tem constatado. Só que, em lugar de concluir por uma criação relativamente rápida, com complexidade e ordem originadas por uma Causa superior, os evolucionistas concluem que, diferentemente do que supunham, a evolução (cósmica e biológica) deve ter ocorrido de modo rápido. É o naturalismo filosófico entranhado na mente que não permite aos seus aderentes enxergar as coisas como elas são. [MB]