Os
norte-americanos têm obsessão pelo estudo de gerações. Em geral, as gerações
são identificadas por determinados acontecimentos políticos ou culturais. Com a
revolução digital, seria de se esperar que surgisse uma nova geração de
pessoas, adeptas da conexão, da interatividade e que aproveitasse os
privilégios das últimas tecnologias. Pois essa é a Geração Y, tema de
documentários, artigos e reportagens. Por que é importante saber sobre a
Geração Y? Jesus afirmou que Seus discípulos teriam o desafio de pregar a todo
o mundo (Mt 28:19, 20), o que significa pregar a mesma verdade, mas não da
mesma forma! Aí entra o problema: indivíduos da Geração Y possuem a mentalidade
pós-moderna, a qual não admite verdades absolutas e estão abertos ao
experimentalismo próprio de uma época em que não faltam opções de crenças para
o consumo. Como atingi-los com o evangelho eterno (Ap 14:6, 7)? Como os cristãos,
em geral, e os adventistas, em particular, podem manter sua identidade no mundo
contemporâneo?
Via
de regra, livros que respondem a esse tipo de pergunta são lançados em inglês e
demoram anos até ser traduzidos (quando são!), chegando à língua portuguesa com
muitas defasagens. Entretanto, apesar de ser algo novo falar sobre Geração Y,
acaba de sair o primeiro livro que discute o assunto dentro da perspectiva
adventista: Explosão Y: Adventismo,
pós-modernidade e gerações emergentes (editora do IAP; 272 páginas).
O
autor, pastor Douglas Reis, já é conhecido por outros trabalhos, como Paixão Cega (CPB, 2010) e por ser
co-autor do estudo bíblico O Resgate da
Verdade (DSA, 2012). Aliás, muitos
dos temas dos estudos escritos por Reis foram ampliados, de maneira que se pode
usar Explosão Y como uma espécie de “guia
do instrutor”.
O
livro introduz seus principais temas ao dedicar os capítulos iniciais para
refletir sobre as tendências dentro do movimento adventista (1) e dar definições
e características da Geração Y (2). A partir daí, surgem assuntos essenciais
para o cristianismo (o que torna o livro interessante para outros cristãos fora
das fileiras do adventismo). Discute-se cosmovisão cristã (3), pós-modernidade
(4), moralidade pós-moderna (5) e há ainda um capítulo dedicado a falar sobre a
noção atual de tolerância (6).
A
seguir, segue-se uma resposta à crítica pós-moderna à questão do genocídio dos
cananeus (7). Os riscos de um cristianismo pós-moderno e a questão do ceticismo
são abordados em dois capítulos (8 e 9). Por último, mostra-se a diferença que
faz crer no Deus da Bíblia (10). A abordagem desses capítulos é ampla e ajudará
todo cristão sincero que luta contra os desafios intelectuais que o
cristianismo enfrenta.
Mais
voltados para adventistas, os capítulos 11 a 16 tratam de questões como dom de
profecia, transformação da cultura, educação cristã, princípios de adoração,
interpretação de Daniel e Apocalipse e ecumenismo, defendendo princípios que
foram solapados pela avalancha de relativismo pós-moderno. O capítulo 17 trata
da proposta da igreja emergente – até que ponto temos de nos adaptar à cultura
na tentativa de alcançar o mundo pós-moderno? Os três últimos capítulos abordam
o comportamento cristão (18) e a necessidade de evangelização (19 e 20). O
livro termina com um devocional sobre a verdadeira alegria.
Claro
na linguagem e muito bem documentado (mais de 420 referências bibliográficas), Explosão Y (com capa de Michelson Borges)
chega em boa hora para socorrer pastores e líderes de jovens, dar suporte
intelectual a universitários cristãos e levar as discussões sobre evangelismo a
um novo patamar. Enfim, trata-se de um livro para ser lido, estudado, discutido
e muito bem aproveitado. Afinal, a Geração Y merece ser levada a sério.
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