Os
cientistas já conseguiram inverter o envelhecimento em alguns experimentos. A
imortalidade está sempre presente na mitologia, mas poderá ser realidade para
nós? A nova cartada do Google espera que sim. A mais recente empresa do
conglomerado, a Calico, vai concentrar seus esforços em derrotar a morte ao se
basear em recentes descobertas científicas quanto à imortalidade. Ninguém pode
realmente dizer neste momento se o sonho de viver para sempre pode realmente se
tornar realidade, mas muitos afirmam que a meta está “dentro do alcance”. Na
verdade, alguns cientistas que trabalham com a extensão da vida acreditam que o
fim da morte poderá ser decretado daqui a apenas 20 anos. Por enquanto, porém,
tudo que existe são experimentos e teorias – nada verdadeiramente aplicável em
seres humanos. Além disso, houve muitas falhas também.
Entretanto,
mesmo se a imortalidade e a tecnologia em saúde regenerativa com células-tronco
possam se desenvolver a esse ponto, é provável que nenhum de nós seja capaz de
beber dessa fonte de juventude – o Santo Graal que a humanidade tem procurado
durante tantos séculos.
Se
a imortalidade via ciência realmente chegar em 20 anos, como alguns
especialistas afirmam, ela provavelmente estará disponível apenas para alguns
sortudos. Isso vai ser bom para os fundadores da Calico, é claro. E – numa
outra hipótese – caso um avanço inesperado torne a receita mágica da
imortalidade disponível para todos na Terra, isso também não vai transformar
nosso planeta no paraíso. Muito pelo contrário.
As
potenciais consequências de um mundo sem mortes podem ser muito negativas nos
dois cenários mencionados acima. Se a imortalidade e a tecnologia em saúde
regenerativa estiverem disponíveis apenas para alguns, haverá uma separação dos
seres humanos entre ricos semideuses imortais e o resto de nós, pobres mortais.
Se, por outro lado, o elixir da vida estiver disponível para todos, deverá ser
criada uma legislação específica no sentido de proibir a reprodução para evitar
a superpopulação e a consequente destruição do planeta.
Se
isso acontecer, imagine as implicações de negar a nós mesmos a possibilidade de
ter novas pessoas na Terra. A ideia de não termos mais outro Einstein entre nós
é aterrorizante – mesmo se as pessoas inteligentes já vivas fossem capazes de
desenvolver seu intelecto e construir seu conhecimento ao longo dos séculos, em
vez de apenas algumas décadas.
Por
enquanto, porém, tudo isso é especulação. Resta-nos apenas acompanhar o que tem
sido feito até agora e sonhar – ou ter pesadelos – sobre o que está por vir
quando o assunto é imortalidade humana.
Nota:
Desde que o pecado entrou no mundo e, por consequência, a morte, o ser humano
não se conforma com a triste realidade da finitude – mesmo que os darwinistas
queiram nos convencer de que a morte faz parte da vida e de que ela é
necessária para a evolução biológica. Realmente, se o que o pessoal da Calico
quer fazer fosse possível (mas não é, evidentemente), as implicações seriam muito
sérias, e uma deles seria a de frear a suposta evolução humana. Vai que,
enquanto os humanos ficam estacionados em sua “história evolutiva”, outra
espécie desponte nessa história e nos supere em força e inteligência? Já pensou
que guerras homéricas teríamos no futuro, entre espécies e mesmo entre humanos
imortais e mortais? Daria um bom roteiro para filme de ficção! A realidade,
porém, é que, sem conexão com a Fonte de Vida (Deus), não existe vida eterna. E
desde que o inimigo de Deus levou a raça humana ao pecado, ele procura inventar
atalhos para a imortalidade (reencarnação e promessas da ciência, por exemplo)
que se revelam verdadeiros becos sem saída. [MB]