quinta-feira, março 19, 2015

Quando as leis atrapalham a religião

Liberdade para decidir
Uma lei publicada no Diário Oficial do município de Florianópolis, na terça-feira (17), torna obrigatória a disponibilização de Bíblias em escolas públicas e privadas do município. A medida já está em vigor e vale para o Ensino Fundamental e Médio. Conforme o texto, “os exemplares deverão ficar em local de destaque, sendo disponibilizados na forma impressa, em braile e áudio” em bibliotecas das escolas. O custo de adquirir os livros, no entanto, fica a cargo de cada instituição de ensino. Em um dos artigos da lei, ainda há a sugestão de que exemplares da Bíblia sejam distribuídos nos pátios das escolas durante a semana que antecede o Dia do Livro. O artigo esclarece que isso será permitido caso a instituição queira. A lei n. 9.734, de 11 de março de 2015, foi concebida pelo vereador Jerônimo Alves (PRB), bispo da Igreja Universal. A lei não possui nenhuma menção a obrigatoriedade de livros de outras religiões.


Nota: Isso me lembra o esforço do deputado evangélico Marco Feliciano para obrigar por lei as escolas públicas a ensinar criacionismo. Já expliquei aqui por que criacionistas bem informados discordam dessa imposição. Tanto a lei do bispo quanto a proposta de Feliciano são um tiro no pé e depõem contra a liberdade que o cristianismo prega. Devemos lutar por um Estado laico, pela saudável separação entre igreja e Estado e pela liberdade religiosa. Que todos tenham direito de exercer sua fé e divulgá-la pelos meios lícitos. E que nenhuma religião seja imposta por lei ou beneficiada em detrimento das outras. O verdadeiro cristianismo, quando vivido e pregado, é poderoso o suficiente para não depender de leis a fim de ser espalhado. [MB]